Parlamento aprova viagens do Presidente de Timor-Leste, incluindo a Portugal

por Lusa

O Parlamento timorense aprovou hoje várias deslocações ao estrangeiro, incluindo a Portugal, que o Presidente, José Ramos-Horta, vai efetuar a partir de 23 de outubro.

A autorização, exigida por lei e aprovada em sessão plenária, abrange uma visita de Estado ao Camboja, entre 16 e 23 de outubro, com a agenda a ser dominada pelo processo de adesão de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), e que pode concretizar-se já no próximo ano.

Em setembro, no Parlamento, José Ramos-Horta lembrou que o Camboja detém atualmente a presidência rotativa da ASEAN, sublinhando que o "amigo de confiança, o primeiro-ministro Hun Sen" "tem sido um defensor ativo da adesão de Timor-Leste à importante organização regional".

A visita a Phnom Penh "será uma oportunidade para explorar oportunidades de comércio e investimento, particularmente no setor agrícola", disse, no discurso proferido, hoje, no parlamento, na abertura da 5.ª e última sessão legislativa desta legislatura.

Poucos dias depois de regressar a Díli, José Ramos-Horta parte para a Europa, realizando uma visita de trabalho de dois dias (28 e 29 de outubro) a Genebra, antes da visita de Estado a Portugal, a convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entre 30 de outubro e 01 de novembro.

O chefe de Estado timorense vai continuar em Portugal até 04 de novembro, para participar, a convite dos organizadores, no WebSummit 2022.

Já para dezembro estão previstas duas outras visitas regionais, nomeadamente ao Vietname e a Singapura, que classificou como "um amigo e parceiro constante" de Timor-Leste e onde tenciona "explorar mais investimentos" do país.

"Através do comércio e do investimento estamos a expandir e a aprofundar a nossa integração económica regional. Por necessidade, por imposição geográfica e escolha estratégica, continuamos a explorar todas as vias da integração económica regional. No início de 2023, Timor-Leste fará a sua adesão à OMC, outra extensão natural da integração económica regional e global do nosso país", disse Ramos-Horta.

As adesões à ASEAN, que também espera ver concretizada em 2023, e à Organização Mundial do Comércio (OMC) "são impulsionadas pelos próprios interesses económicos de Timor-Leste, tais como o processo de reforma económica interna para assegurar um ambiente saudável para os investimentos externos e o investimento nacional, a diversificação da economia" timorense, disse.

No caso da ASEAN, o governante lembrou que já foram concluídas revisões exaustivas da preparação para a adesão, cobrindo os três pilares de segurança política, sóciocultural e económico.

"Os seus relatórios apoiam os nossos próprios pontos de vista e os das Agências das Nações Unidas, das instituições Breton Woods, bem como do BAD [Banco Asiático de Desenvolvimento] e das missões estrangeiras sediadas em Díli, onde Timor-Leste deu passos significativos desde a nossa independência e onde devemos ser bem-vindos a esta organização regional como o seu 11.º membro", referiu.

"Vivemos num mundo interligado, onde o princípio de não deixar ninguém para trás deve ser defendido em todos os processos de desenvolvimento. Tal como a paz e a prosperidade dos nossos vizinhos nos beneficiam todos, os conflitos com origem num determinado país podem ter impacto em outros", afirmou Ramos-Horta.

 

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