Pastor condenado a 16 anos de prisão por matar mulher em Torres Vedras

por Lusa

O pastor acusado de matar uma mulher em Torres Vedras, com quem mantinha uma relação amorosa, foi hoje condenado pelo Tribunal de Loures a 16 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e ameaça agravada.

O homem foi ainda condenado ao pagamento de uma indemnização de 63 mil euros à filha da vítima e de 35 mil euros ao companheiro desta.

Numa sessão realizada em 14 de maio, o homem, pastor de profissão, tinha assumido no tribunal que teve uma discussão e apertou o pescoço da vítima, mas afastou a intenção de matá-la.

O julgamento foi realizado por um tribunal de júri.

A acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, conta que o arguido e a vítima, de 45 anos e morta em 06 de abril de 2019, se conheceram dois anos antes numa `casa de alterne` e, desde aí, mantinham "uma relação de natureza sexual com contactos diários, pernoitando ele em casa dela ou vice-versa".

No bar de alterne onde a vítima trabalhava, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, o arguido veio, na mesma noite, a saber que a vítima "mantinha uma relação muito próxima" com outro homem, lê-se no documento.

Por ter sido preterido, nessa noite ameaçou a vítima de que a matava.

Segundo a acusação, após sair do estabelecimento, pelas 04:00, a mulher foi deixada pelos patrões à porta do prédio onde morava, em Torres Vedras, encontrando-se o arguido escondido nas escadas do edifício.

Depois de ela se encontrar dentro do prédio, o arguido abordou-a, entraram ambos na sua residência e discutiu com ela "pelo ódio de se sentir atraiçoado e enganado", após lhe ter "entregue elevadas quantias monetárias", indica a acusação.

No quarto da mulher, agrediu-a "com murros e pontapés" e, "agarrando-a pelo pescoço com ambas as mãos, asfixiou-a" até à morte, descreve a acusação, levando-a depois para a banheira da casa de banho, acrescenta o MP.

Uma hora depois, informou os proprietários do bar de que a tinha matado, ameaçando matar de seguida o outro homem, a quem ainda chegou a telefonar.

Alarmados pela mensagem recebida, contactaram a filha da vítima, que se dirigiu à residência e veio a encontrar a progenitora morta na banheira.

Na sua residência, após ingerir bebidas alcoólicas, o arguido tentou suicidar-se disparando uma caçadeira, cujo tiro não acertou em qualquer parte do seu corpo.

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