Pedro Magalhães diz que eleições britânicas vão ser recordadas pela catástrofe das sondagens
Foto: Russell Cheyne/Reuters
O especialista em estudos de opinião refere que passa a ser preciso gastar mais dinheiro e muito mais recursos para fazer sondagens do que no passado.
“Do ponto de vista das percentagens de voto para cada partido a nível nacional as sondagens não estiveram muito longe”, ressalva.
O investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa acrescenta que “onde elas estiveram catastroficamente longe é na distribuição dos deputados, e isto chama a atenção para a especificidade do sistema eleitoral britânico, que tem mais de 600 pequenas eleições em cada círculo eleitoral”.
“Até agora o que se faz na sondagem no Reino Unido é tentar estimar uma intenção de voto a nível nacional e presumir que a mudança de uma eleição para a outra a nível nacional se repercute de forma igual ou semelhante dentro de cada círculo eleitoral, e o que esta eleição mostra é que isso deixa de ser possível”, explica.
Escócia é exemplo
A partir deste momento passa a ser mais complicado fazer sondagens, como também mostra a mudança profunda ocorrida na Escócia.
Pedro Magalhães aconselha um “esforço maior de ver o que se está a passar nos círculos eleitorais concretos, em vez de estar a estimar os resultados nacionais e imaginar que esses resultados e essa mudança de uma eleição para a outra se reflete de forma igual em todo o território, porque esta eleição mostra que isso não é verdade”.
As projeções feitas à boca das urnas e avançadas pela BBC e pela Sky News são contrárias às sondagens dos últimos dias, apontando para uma vitória clara dos conservadores, embora sem maioria absoluta.