Pelo menos dois mortos na greve geral da Venezuela

por Lusa
Marco Bello - Reuters

Um adolescente de 16 anos morreu na quarta-feira numa manifestação em Caracas, no primeiro dia da greve geral de 48 horas convocada pela oposição contra a eleição da Assembleia Constituinte, anunciou o Ministério Público venezuelano.

O adolescente, cuja identidade não foi divulgada, é a segunda vítima mortal registada no primeiro dia da greve geral, lançada para tentar bloquear a eleição, no domingo, dos membros da Assembleia Constituinte, através da qual o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, pretende alterar a Constituição.

Esta morte eleva a 105 o número de vítimas mortais desde o início das manifestações anti-Maduro, no início de abril.

"Aparentemente, foi ferido durante uma manifestação em Pentare", um bairro popular no leste da capital venezuelana, indicou o Ministério Público.
Greve de 48 horas

Antes, o Ministério Público tinha confirmado a morte de um homem de 30 anos, Rafael Vergara, atingido a tiro "numa situação irregular" entre manifestantes e militares no estado de Mérida.

A greve vai continuar durante esta quinta-feira e para sexta-feira está prevista uma grande manifestação. As forças de segurança bloquearam várias ruas de Caracas, principalmente no sudeste e leste da cidade, bastiões tradicionais da oposição.

Barreiras bloqueavam diversas estradas e acessos a Caracas, onde os confrontos se registaram ao longo de todo o dia, tal como em vários pontos do país.

A Mesa de Unidade Democrática (MUD), coligação da oposição, tinha já convocado uma greve geral de 24 horas na passada semana, organizada após cerca de quatro meses de manifestações quase diárias contra Maduro.

Os opositores ao regime veem neste projeto de alteração da Constituição um meio para o Presidente socialista se manter no poder, contornar o parlamento eleito, dominado pela oposição, e evitar as presidenciais no final de 2018.

A oposição contesta ainda as modalidades do escrutínio de domingo para a Assembleia Constituinte.
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