PM demitido da Guiné-Bissau diz que sai sem mágoa do Presidente

por Lusa

Bissau, 17 jan (Lusa) -- O antigo primeiro-ministro guineense Umaro Sissoco Embaló, demitido segunda-feira, afirmou hoje que não tem nenhuma mágoa em relação ao Presidente guineense, José Mário Vaz, a quem prometeu que guardará "respeito por toda vida".

Numa conferência de imprensa após um encontro de despedida com os membros do seu governo e funcionários, Umaro Sissoco Embaló disse que decidiu "sair para deixar o Presidente confortável" a luz dos compromissos internacionais.

"Não me esqueço do senhor Mário Vaz assim facilmente, foi ele que me convidou para ser primeiro-ministro, eu não ganhei as eleições. Não posso sentir mágoa de uma pessoa que me fez bem", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

o antigo governante disse ainda que não podia continuar mais tendo em conta a crise política cuja solução passa por vários instrumentos através dos quais o Presidente guineense assumiu compromissos internacionais, nomeadamente o Acordo de Conacri, patrocinado pelos líderes da Africa Ocidental.

"É o Acordo de Conacri, é o acordo de não sei de quê. Preferi deixar o Presidente da República numa situação mais confortável", sublinhou Embalo, referindo-se a um acordo que prevê a nomeação de um primeiro-ministro que merecesse o consenso dos cinco partidos com assento parlamentar.

O ex-primeiro-ministro guineense defendeu ter cumprido com "70 por cento dos objetivos" do seu governo, destacando ter "resgatado a imagem externa" do país e ainda ter "disciplinado as Finanças Públicas".

Em relação seu futuro, Embaló afirmou que vai continuar a fazer política, mas disse ser ainda prematura falar ou pensar nas próximas eleições.

"Até aqui não sou candidato à nada. Mas nunca se pode dizer nunca", enfatizou Umaro Sissoco Embaló.

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