Porta-voz corrige Zelensky. Presidente ucraniano sugeriu ataque nuclear da NATO contra a Rússia

por RTP
Serhii Nykyforov, porta-voz do presidente, garante que Zelensky estava a referir-se a “sanções preventivas”. EPA

Num vídeo partilhado nas redes, o presidente ucraniano sugeriu à NATO a realização de um ataque nuclear preventivo contra a Rússia. Uma forma de evitar uma acção da mesma natureza dos russos contra a Ucrânia, na perspectiva de Volodymyr Zelensky. A reacção de Moscovo surgiu pela voz de Sergey Lavrov, com o ministro dos Negócios Estrangeiros a apontar o pedido de Zelensky como exemplo do porquê da necessidade de uma operação especial na Ucrânia. O gabinete do presidente ucraniano veio entretanto corrigir as declarações de Zelensky.

“O que deve fazer a NATO? Eliminar a possibilidade de a Rússia utilizar armas nucleares. Mas, acima de tudo, faço novamente um apelo à comunidade internacional, como antes de 24 de fevereiro: ataques preventivos, para que saibam o que lhes irá acontecer se as utilizarem e não vice-versa - esperar por ataques nucleares da Rússia”, declarou o presidente ucraniano numa videoconferência com o grupo de reflexão australiano do Lowy Institute.

O apelo não é claro e gerou perplexidade, com o episódio a desenvolver-se à volta do que disse Zelensky e do que afinal queria dizer, uma declaração corrigida pelo seu chefe de gabinete, que refaz a leitura de “ataque nuclear” para “mais sanções”.

Serhii Nykyforov, porta-voz do presidente ucraniano, veio dizer esta manhã que Zelensky, ao usar a expressão ataque preventivo quando falava da utilização de armamento nuclear, estava afinal a referir-se a “sanções preventivas”.

“Colegas, foram longe demais com a vossa histeria nuclear e agora ouve-se ataques nucleares mesmo onde não há nenhum”, escreveu Serhii Nykyforov no Facebook.

“O presidente falou sobre o período anterior (à invasão russa da Ucrânia) a 24 de fevereiro. Foi necessário aplicar medidas preventivas para impedir que a Rússia iniciasse a guerra. Deixem-me lembrar que as únicas medidas foram então sobre as sanções preventivas”.

O deslize de Zelensky foi entretanto aproveitado por Moscovo, que prontamente criticou as declarações do presidente ucraniano quando apelou à NATO para o lançamento de “ataques preventivos” contra a Rússia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, apontou as declarações do presidente Zelensky como a “confirmação da necessidade” daquilo a que a Rússia chama de “operação especial” na Ucrânia.
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