O primeiro-ministro britânico anunciou uma grande revisão pós-Brexit da política externa e da defesa. O pretendido é determinar uma estratégia de segurança nacional da Grã-Bretanha nos próximos cinco anos.
Vai assumir a liderança Alex Ellis, um funcionário público, com a ajuda de Dominic Cummings, um político britânico que tem sido um crítico dos gastos excessivos do Ministério da Defesa e dos métodos da BAE Systems.
Embora Ellis vá trabalhar diretamente com Mark Sedwill, o secretário do gabinete e o funcionário público mais poderoso da Grã-Bretanha, os termos da revisão deixaram claro que também iriam envolver “uma pequena equipa em Downing Street composta por especialistas de dentro e fora do serviço público”.
As revisões de defesa e segurança ocorrem a cada cinco anos. Contudo, esta será diferente. Isto porque irá ter em consideração as necessidades da política externa do país no momento em que o Reino Unido acabou de deixar a União Europeia.
“Eles precisam de lidar com uma crescente incerteza sobre nosso relacionamento de longo prazo com a Europa, por um lado, e se podemos confiar nos Estados Unidos de Donald Trump, por outro”, referiu Malcolm Chalmers, professor do Instituto Real dos Serviços Unidos (RUSI).Críticas de especialistas não faltaram
Em causa está o facto de o Número 10 de Downing Street estar permitir que a revisão seja executada em simultâneo com a abrangente revisão de gastos. Segundo alguns peritos, isto significa que qualquer uma de conclusões seria limitada por restrições financeiras mais amplas.
“A abordagem anunciada corre o risco de as decisões sobre a estratégia de política externa serem superadas por preocupações financeiras de curto prazo", disse Alan Mendoza, diretor executivo da Henry Jackson Society, um instituto britânico de investigação em política externa.
O Ministério das Relações Externas, o Ministério da Defesa e outros departamentos e agências do Governo vão fazer parte da equipa de revisão central, enquanto as decisões finais vão ser feitas pelo Conselho de Segurança Nacional, um grupo de ministros liderados pelo primeiro-ministro.
Uma das questões a considerar será até que ponto o Reino Unido deseja desenvolver uma capacidade integrada de hackers ofensivos depois das guerras entre o Ministério da Defesa e o Government Communications Headquarters.
Será analisado também o modo como o Ministério da Defesa e os serviços de informações compram equipamentos, uma resposta a Cummings, que não escondeu as suas críticas ao orçamento de defesa.
A revisão anterior que ocorreu em 2015 tentou concentrar os gastos no combate ao Estado Islâmico e outras organizações terroristas não estatais. Porém, os envolvidos referiram que se subestimou a capacidade militar convencional da Rússia, o que permitiu que o Kremlin se tornasse um participante importante na guerra civil síria.
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