Presidente do Brasil diz que "casamento" com ministro da Economia está "mais forte do que nunca"

por Lusa

São Paulo, Brasil, 25 mai 2019 (Lusa) - O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou na sexta-feira que "o casamento" com o ministro da Economia "está mais forte do que nunca", depois de Paulo Guedes ter ameaçado renunciar ao cargo.

"Peço desculpas por frustrar a tentativa de parte da imprensa de criar um virtual atrito entre mim e o Paulo Guedes. O nosso casamento segue mais forte do que nunca (...) Caso não aprovemos a reforma do sistema de pensões, creio que deva trocar o ministro da Economia pelo da alquimia, só assim resolve", escreveu Bolsonaro na rede social Twitter.

O Presidente brasileiro usa a palavra casamento para referir-se à ligação governamental com o ministro da Economia desde a campanha eleitoral.

Quando ainda era candidato, Bolsonaro disse várias vezes que tinha iniciado "um namoro" com Paulo Guedes e que o convidaria para ocupar a pasta da Economia.

A reação do chefe de Estado brasileiro aconteceu depois de a revista brasileira Veja publicar declarações de Paulo Guedes que colocaram em dúvida a sua permanência no Governo.

"Apanho um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar. (...) Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo (...) Vai ser o caos no setor público, tanto no Governo federal como nos estados e municípios", frisou o responsável pela pasta da Economia.

"Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Não vou embora no dia seguinte, caso não haja aprovação. Agora, posso perfeitamente dizer assim: Já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo`. Se só eu é que quero a reforma, vou embora para casa", acrescentou Guedes.

Uma das bandeiras de Bolsonaro foi realizar mudanças no sistema de pagamento de pensões por reforma, projeto com o qual o Governo brasileiro pretende sanar o crescimento de seu défice fiscal.

A reforma avança em ritmo lento no Congresso brasileiro onde Bolsonaro precisa de um apoio expressivo para sua aprovação, já que, sendo uma emenda à Constituição, exige os votos de três quintos dos deputados e dos senadores e em votações que ocorrerão em dois turnos.

O executivo do país sul-americano estima que as mudanças planeadas para o sistema de pagamento de pensões por reforma podem gerar uma economia de "até 1,2 triliões de reais", equivalente a mais de 265 mil milhões de euros, aos cofres públicos em dez anos.

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