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Presidentes dos EUA e do Japão discutiram China e preocupações nucleares

por Lusa

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, realizaram hoje a sua primeira reunião formal para discutir preocupações comuns sobre armas nucleares e sobre a presença militar da China no Pacífico.

Kishida disse que parte significativa do encontro de 80 minutos, em formato virtual, foi dedicada a matérias relacionadas com a China, incluindo preocupações de ambas as partes sobre a crescente ameaça de Pequim sobre Taiwan.

Nos últimos meses, a China intensificou os exercícios militares perto de Taiwan, com o envio frequente de aviões de guerra no espaço aéreo da ilha.

Biden e Kishida também discutiram as situações em Hong Kong e na província chinesa de Xinjiang, com o Presidente norte-americano a criticar repetidamente Pequim por causa da repressão a ativistas pró-democracia, no primeiro caso, e práticas de trabalho forçado da minoria uigure, no segundo caso.

"O Presidente Biden e eu pudemos trocar opiniões de forma aberta, muito calma e tranquila, sobre como o Japão e os Estados Unidos podem cooperar, o que acredito que levará a um maior fortalecimento da aliança Japão-EUA", disse Kishida no final da reunião.

O Japão continua preocupado com as intenções de Pequim no mar da China Meridional, onde intensificou a sua presença militar nos últimos anos, e no Mar da China Oriental, onde há uma longa disputa sobre um grupo de ilhotas desabitadas administradas por Tóquio, mas reivindicadas pela China.

Kishida disse ainda que expressou a sua determinação em fortalecer o poder de defesa do Japão, enquanto Biden falou do compromisso dos EUA em cumprir o tratado de segurança Japão-EUA de 1960, na semana em que a Coreia do Norte sugeriu que poderia retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance que foram interrompidos por mais de três anos.

Os dois líderes discutiram igualmente os esforços de combate à pandemia de covid-19 e a crise nas fronteiras ucranianas, onde a Rússia concentrou cerca de 100.000 soldados, indicando a possibilidade de uma invasão.

Kishida - que é natural de Hiroshima, onde os EUA lançaram uma bomba atómica no final da Segunda Guerra Mundial - também disse que discutiu com Biden preocupações sobre segurança nuclear e a ideia de alcançar "um mundo sem armas nucleares".

Na quinta-feira -- na preparação do telefonema de hoje dos dois líderes, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, e o seu homólogo japonês, Takeo Akiba, já tinham discutido matérias relacionadas com a Coreia do Norte, a China e a importância de sinalizar a Moscovo a eventualidade de uma resposta forte e unida a qualquer ataque à Ucrânia.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, também mantiveram conversas virtuais no início deste mês com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoshimasa Hayashi, e com o ministro da Defesa, Nobuo Kishi, onde foram discutidas as manobras militares da China e o programa nuclear da Coreia do Norte.

A reunião virtual de hoje entre Biden e Kishida foi a primeira reunião formal entre estes líderes, desde que Kishida assumiu o cargo, em outubro.

Os líderes tiveram uma breve conversa à margem da cimeira climática em Glasgow, em novembro.

Biden foi o primeiro líder de um país a ligar para Kishida, na manhã do seu primeiro dia no cargo de primeiro-ministro.

Kishida disse que convidou Biden para uma visita ao Japão, no primeiro semestre deste ano, para uma reunião presencial da aliança de países do Pacífico, que também inclui a Austrália e a Índia, tendo recebido uma resposta afirmativa do Presidente norte-americano.

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