Presidentes interinos da Bolívia e Venezuela discutem nomeação de embaixadores

por Lusa
Carlos Garcia Rawlins - Reuters

Os Presidentes interinos da Bolívia, Jeanine Añez, e da Venezuela, Juan Guaidó, conversaram este sábado sobre uma futura nomeação de embaixadores e sobre o efeito da renúncia de Evo Morales na América Latina.

Segundo noticia a agência espanhola EFE, o contacto foi feito através de uma videochamada promovida pelo Palácio do Governo, em La Paz, sede do Governo da Bolívia, que durou cerca de catorze minutos, a primeira entre os dois líderes desde que Añez assumiu a presidência interina na terça-feira.

"Esperamos nos próximos dias designar representantes diplomáticos na Bolívia, congratulamo-nos com o facto de ter cortado severamente as relações com o ditador", disse Guaidó a Añez em referência ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no contacto transmitido pelo canal estatal Bolívia TV.

O Presidente da Venezuela destacou que o processo que levou à renúncia de Evo Morales no domingo passado "foi uma fonte de inspiração" para alcançar mudanças democráticas.

"Este exemplo que os bolivianos estão a dar não é uma ligeira brisa, mas sim um grande furacão da democracia para libertar não apenas a Venezuela, mas também Cuba", disse Guaidó à presidente interina da Bolívia.

Por sua vez, Añez referiu-se ao processo que a Venezuela está atualmente a seguir e garantiu que ambas as nações têm "os mesmos objetivos".

A conversa entre Añez e Guaidó terminou com a predisposição de ambos para se reunirem pessoalmente, embora não tenham sido estabelecidos prazos.

O Governo de transição da Bolívia anunciou algumas mudanças na política externa, como o corte de relações com o governo de Maduro e a saída do país de blocos como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA).

Também foram dados sinais para concretizar abordagens ao Chile e os Estados Unidos, países com os quais a Bolívia não tem relacionamento ao nível de embaixadores.

Depois da renúncia do Presidente Evo Morales na sequência de protestos em todo o país por suspeita de fraude eleitoral na eleição de 20 de outubro, a líder interina da Bolívia, a senadora Jeanine Anez, foi reconhecida por alguns países, mas enfrenta uma batalha árdua na organização de novas eleições.

A Constituição boliviana estabelece que um Presidente interino tem 90 dias para organizar uma eleição.

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