Primeiro-ministro da Austrália reafirma apoio a Israel e critica ONU

por Lusa

Sydney, Austrália, 22 fev (Lusa) -- O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, manifestou hoje a sua oposição a "resoluções unilaterais que condenem ou critiquem Israel", em alusão à ONU, após receber o seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, que iniciou uma visita oficial ao país.

Turnbull, que criticou a resolução de dezembro da ONU que condenava a política de colonatos israelitas, reafirmou que o seu Governo defende a criação de dois Estados para solucionar o conflito entre Israel e a Palestina.

O líder australiano afirmou em conferência de imprensa conjunta que esta solução deve ser "resultado de negociações diretas" e defendeu que a paz não deve pôr Israel numa "posição que comprometa a sua segurança".

Netanyahu, o primeiro chefe de um Governo de Israel a visitar a Austrália, agradeceu a Turnbull a sua "coragem em assinalar mais de uma vez a hipocrisia da ONU", e perante a proposta de criação de dois Estados perguntou "Que tipo de Estado se quer?".

"Um que cause a destruição de Israel, um cujo território seja imediatamente usado pelo islamismo radical?", disse o líder israelita.

Netanyahu reiterou que o reconhecimento de Israel pela Palestina é "obrigatório" e que o seu país deve ter "o controlo maioritário da segurança de todos os territórios".

Os dois dirigentes mantiveram uma reunião em que também foi abordado o reforço da cooperação em segurança face às "forças radicais" no Médio Oriente de modo a "avançar na [direção da] paz entre nós e por fim com os palestinianos".

Durante a visita de quatro dias de Netanyahu, os dois governos assinaram acordos bilaterais na investigação tecnológica e serviços aéreos, e vão explorar uma maior cooperação em áreas como a cibersegurança, inovação e ciência.

A visita de Netanyahu acontece depois de o parlamento israelita ter aprovado uma lei para legalizar 4.000 casas construídas em terras de propriedade privada de palestinianos em colonatos na Cisjordânia.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu também, quando se reuniu com Netanyahu, que a paz no Médio Oriente não passa necessariamente pela criação de um Estado palestiniano.

Após estas declarações, a ONU reiterou a sua defesa à criação de dois Estados como solução para o conflito israelo-palestiniano.

Na Austrália, um grupo de 60 personalidades australianas subscreveram esta semana uma declaração da Rede Australiana de Defesa da Palestina, denunciando o incumprimento por parte de Israel aos apelos da ONU sobre os colonatos ilegais e o tratamento da população palestiniana.

Tópicos
pub