Primeiro-ministro israelita acusado de corrupção

por RTP
Nir Elias - Reuters

O procurador-geral de Israel, Avichaï Mandelblit, acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro em funções, Benjamin Netanyahu, de fraude, suborno e abuso de confiança em três casos de corrupção, indicou o Ministério da Justiça.

O Ministério tinha indicado antes que Mandelblit anunciaria se acusava ou não Netanyahu ainda esta quinta-feira, quando o parlamento foi encarregado pelo presidente Reuven Rivlin de encontrar um chefe de Governo, depois de Benjamin Netanyahu e o seu rival Benny Gantz terem falhado nas suas tentativas de formar um executivo na sequência das eleições de 17 de setembro.


O primeiro-ministro israelita é acusado nos casos 4000, 2000 e 1000. O caso 4000 é considerado o mais sério entre os três. Netanyahu é acusado de ter aceitado um suborno do empresário Shaul Elovich, que controla a empresa de telecomunicações Bezeq e do site Walla News.

O primeiro-ministro israelita é acusado de ter favorecido a companhia de Elovich na altura em que era ministro da Comunicação. Netanyahu é acusado de ter tomado decisões de acordo com os interesses do empresário, que renderam 500 milhões de dólares.

Netanyahu e a sua mulher são acusados de terem feito vários pedidos para fazer parte da capa do website gerido por Shaul Elovich, com o objetivo de favorecer os seus interesses.

As acusações do caso 2000 têm como base vária reuniões feitas entre Netanyahu e o editor do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes onde, alegadamente discutiram um acordo de suborno. Segundo a acusação, o acordo tinha como objetivo limitar a circulação do jornal rival, o Israel Hayon. Em troca Mozes iria favorecer o primeiro-ministro.

No terceiro caso, Netanyahu é acusado de fraude e violação da verdade. Em causa estão presentes que o primeiro-ministro israelita e a família receberam de Arnon Milchan e do bilionário James Parcker. De acordo com a acusação, Netanyahu colocou-se num conflito de interesses e usou o seu estatuto em troca de presentes.

Netanyahu negou sempre o seu envolvimento nos três casos, alegando que as investigações fazem parte de uma vingança política e de uma "caça às bruxas", que inclui a esquerda, os media e a polícia.

"Não haverá nada porque não houve nada", disse Netanyahu no início do ano.

(C/ Lusa)

 

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