Primeiro-ministro timorense pede colaboração de todos no combate à pandemia

por Lusa
Reuters

O primeiro-ministro timorense pediu hoje a colaboração da população para apoiar o esforço das autoridades no combate à covid-19, respeitando as regras que forem definidas no âmbito do estado de emergência.

"Apelo a todos os cidadãos para darem o seu contributo. Apoiem as autoridades neste esforço", afirmou Taur Matan Ruak, no final de um encontro com o Presidente timorense.

"Depois da aprovação do decreto com as medidas, amanhã (sábado), faremos a disseminação dos detalhes", disse aos jornalistas.

A questão do estado de emergência dominou a reunião semanal do primeiro-ministro com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, que deverá assinar durante o dia o decreto que declarará o estado de emergência.

Taur Matan Ruak explicou aos jornalistas que deu a conhecer ao chefe de Estado "os preparativos para a implementação durante 30 dias" do estado de exceção, cujas medidas concretas vão ser definidas no sábado, em Conselho de Ministros.

"O estado de emergência limita em termos gerais as liberdades e direitos como os de circulação ou reunião. Mas essas regras têm que ser aplicadas através de um decreto do Governo, para por exemplo, impedir grandes concentrações de pessoas, para fechar escolas, reforçar limitações a culto coletivo", indicou.

"Também para garantir um controlo adequado, para que as pessoas tenham acesso a serviços essenciais, saúde, comércio, supermercados", acrescentou.

As regras vão definir condições de acesso aos locais e obrigar espaços comerciais a implementar medidas de segurança e definir as condições em que a população deve ficar em casa, como medida preventiva do contágio, disse.

"O mais importante é a questão da saúde e da segurança das pessoas", afirmou, recordando que em muitos países a quarentena é aplicada a todos os cidadãos "exatamente para isso, para evitar contágio".

Taur Matan Ruak disse ser vital que alguns projetos, como a exploração petrolífera no campo de Bayu Undan ou as obras no Porto de Tibar, nos arredores de Díli, possam continuar. Para esses projetos vão ser implementadas "condições de segurança restritas e rigorosas que têm que ser cumpridas para evitar contágio e reduzir riscos", destacou.

E aos funcionários públicos dispensados, Taur Matan Ruak avisou que "não são férias", mas "uma dispensa para não ter muita gente nos serviços. Mas quando o Estado precisar têm que se apresentar, para dar o apoio que for preciso", frisou.

"Vamos garantir que os serviços mínimos e essenciais continuam a funcionar", concluiu.

Entretanto, o secretário de Estado da Comunicação Social timorense pediu às entidades do Estado que colaborem na divulgação de informação sobre a covid-19 para que dados importantes possam chegar adequadamente à população do país.

Mericio dos Reis Akara reiterou que o Governo "continua a garantir a liberdade de imprensa" e sublinhou o papel dos `media` na divulgação de informação segura e credível sobre a covid-19, o que "ajuda a combater a informação falsa e a evitar o pânico na sociedade".

O responsável pediu aos jornalistas que cumpram o código de ética jornalística e garantam informação credível.

O comunicado da Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secoms) surgiu depois de associações de jornalistas e vários repórteres criticarem a dificuldade de acesso a informação relacionada com a covid-19, incluindo junto do Ministério da Saúde.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

 

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