Prioridade deve ser resgate de pessoas isoladas pelas águas, defende Amnistia Internacional

por Lusa

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) defendeu hoje que a salvação de pessoas sitiadas pelas águas deve ser a prioridade dos governos dos países da África Austral afetados pelo ciclone Idai e da comunidade internacional.

Em comunicado enviado à Lusa em Maputo, o escritório da AI na África Austral exorta as autoridades de Moçambique, Zimbabué e Maláui a intensificarem as ações de resgate e a mobilizarem mais recursos na assistência às vítimas do temporal.

"Com centenas de mortes já confirmadas e milhares de pessoas desaparecidas ou desalojadas depois da devastadora passagem do ciclone por Moçambique, Zimbabué e Maláui, a Amnistia Internacional apela aos governos para intensificarem os esforços e recursos necessários para o resgate", refere a nota.

A AI considera que deve ser assegurada assistência humanitária às vítimas, para a satisfação das necessidades e direitos humanos básicos.

"A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e a comunidade internacional devem prover os recursos necessários para apoiarem nos esforços de resgate nos países afetados pelo ciclone por forma a salvarem vidas e assegurar alívio para os que perderam as suas casas e meios de sustento", disse Muleya Mwananyanda, diretor regional adjunto da AI para a África Austral.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou pelo menos 222 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos na segunda-feira.

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade naqueles três países africanos.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o ciclone poderá ter provocado mais de mil mortos em Moçambique, estando confirmados atualmente 84.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

Estimativas iniciais do Governo de Maputo apontam para 600 mil pessoas afetadas, incluindo 260 mil crianças.

O Governo português anunciou, na segunda-feira, não ter registo de "cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo" nas zonas afetadas pela tempestade, mas "várias dezenas perderam casas e bens".

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