Procuradoria russa pede 24 anos de prisão para jornalista acusado de alta traição

por Lusa

O Ministério Público russo pediu hoje 24 anos de prisão para Ivan Safronov, jornalista de investigação e perito em questões militares, acusado de alta traição e preso desde 2020, avançou a agência estatal russa.

"O representante do procurador pediu que Safronov fosse considerado culpado de alta traição e que fosse condenado a 24 anos de prisão numa colónia estritamente prisional", disse o Tribunal Municipal de Moscovo, citado pela agência estatal TASS, depois de uma audiência à porta fechada.

Safronov, de 32 anos, é um reconhecido especialista em questões de Defesa e foi detido em julho de 2020, no âmbito de uma pressão crescente sobre a imprensa independente.

O caso foi denunciado pelos seus antigos colegas como um ato de vingança pelos artigos sobre falhas ou incidentes incómodos no exército russo.

Desde abril, o jornalista tem sido julgado à porta fechada, dado ser um julgamento por espionagem e traição.

No início do processo judicial, Safronov alegou a sua inocência e denunciou o "cinismo extremo" do sistema de justiça.

Depois de ter sido obrigado a demitir-se do jornal Kommersant em 2019, em maio de 2020 tornou-se conselheiro do antigo chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitry Rogozin.

Segundo os serviços de segurança russos (FSB), é suspeito de ter "transmitido segredos de Estado sobre a cooperação militar e técnica, defesa e segurança da Rússia" a um "serviço de inteligência de um país da NATO".

O Kremlin assegurou que a sua detenção não tinha "nada a ver com a sua atividade jornalística".

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