O ministério do Interior de França revelou que o protesto dos ‘coletes amarelos’ fez oito feridos, entre os quais estão dois polícias. De acordo com o balanço do ministério, 130 pessoas foram detidas, numa manifestação que junta mais de cem mil pessoas por todo o território francês, que protestam contra o aumento dos combustíveis e medidas de austeridade de Emmanuel Macron.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, falou à imprensa para denunciar os protestos violentos em vários locais de França, com 130 detenções, das quais 42 em Paris.
Segundo os últimos dados divulgados pelo ministro do Interior, hoje à tarde foram registados exatamente 106.301 manifestantes com "coletes amarelos" em toda a França, quando há uma semana eram 282.710.
Já este sábado, Cristophe Castaner havia acusado a extrema-direita de ser a responsável pelos confrontos, afirmando que Marine Le Pen apelou à junção de protestantes nos Campos Elísios. Uma acusação prontamente rebatida pela líder da Frente Nacional, no twitter.
Num momento de grande contestação social, muitos 'coletes amarelos' pedem a Emmanuel Macron que recue na decisão de manter a França em austeridade fiscal.
Os ‘coletes amarelos’ são conhecidos em França como um movimento cívico que se encontra à margem de partidos e sindicatos. Foi criado nas redes sociais com o crescente descontentamento da classe média-baixa francesa.
Apesar do foco do protesto prender-se com o aumento do preço dos combustíveis, o protesto dos ‘coletes amarelos’ tem sido estendido a outras medidas económicas do presidente Emmanuel Macron, que têm deixado os franceses descontentes.
Macron manifesta "vergonha"
O presidente francês reagiu aos protestos e confrontos no Campos Elísios declarando ter tido"vergonha" pela violência que houve na manifestação dos 'coletes amarelos'.
Merci à nos forces de l’ordre pour leur courage et leur professionnalisme. Honte à ceux qui les ont agressées. Honte à ceux qui ont violenté d’autres citoyens et des journalistes. Honte à ceux qui ont tenté d’intimider des élus. Pas de place pour ces violences dans la République.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) November 24, 2018
"Obrigado às nossas forças da ordem pela sua coragem e profissionalismo. Vergonha para aqueles que os agrediram e também atacaram outros cidadãos e jornalistas. Vergonha para os que tentaram intimidar os eleitos. Não há espaço para esta violência na República", escreveu o presidente francês na rede social twitter.
Emmanuel Macron tinha marcado para terça-feira um comunicado sobre o protesto que teve lugar por toda a França mas deixou palavras de crítica para os manifestantes, deixando elogios à atuação das forças de segurança.
(c/ Lusa)