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Puigdemont diz que ninguém lhe pediu que renunciasse a lugar de deputado

por Lusa

Genebra, Suiça, 18 mar (Lusa) -- O ex-presidente do Governo regional da Catalunha Carles Puigdemont disse hoje que ninguém lhe pediu que renunciasse ao seu lugar de deputado para facilitar a investidura do novo Governo catalão, adiantou a EFE.

Segundo a agência de notícias espanhola, Puigdemont, que se encontra em Genebra, na Suíça, disse que a solução para o desbloqueio da situação do Governo regional catalão passa por permitir-lhe delegar o seu voto.

"A mim ninguém me pediu que deixe o lugar de deputado, pedem-me, e eu pedi também, que me deixem delegar o voto, o que deveria ser permitido para respeitar o resultado das eleições de 21 de dezembro", disse Puigdemont numa conferência de imprensa em Genebra, onde esta tarde participa num fórum sobre direitos humanos.

Puigdemont afirmou que "evidentemente, não há obstáculos" para que possa delegar o seu voto.

"Estamos perante uma intervenção da Justiça na vida legislativa catalã, algo que é bastante impróprio para um regime onde devia existir separação de poderes", acrescentou o ex-presidente do Governo regional.

Tanto Puigdemont como os ex-conselheiros (ministros regionais) que fugiram para a Bélgica em outubro de 2017 estão acusados pelo Estado espanhol de presumíveis delitos de rebelião, sedição, prevaricação e desobediência pela sua participação no processo independentista.

O ex-presidente assegurou que quem tem a chave para desbloquear a situação na Catalunha é o Governo espanhol, pedindo ao executivo central que deixe de intervir.

"Eu pediria ao Estado espanhol mais respeito e que deixe de intervir, um pouco mais de respeito pela decisão dos catalães", disse.

Puigdemont chegou no sábado a Genebra para participar hoje num debate e no Festival de Cinema e Fórum Internacional de Direitos Humanos, no âmbito do qual vai ser exibido um documentário sobre o referendo de 01 de outubro relativo à independência da Catalunha.

Vários políticos independentistas catalães estão a ser investigados por suspeitas de terem cometido delitos de rebelião, sedição e prevaricação durante o processo de independência da Catalunha.

Esse processo foi interrompido em 27 de outubro de 2017 quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma, nomeadamente através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.

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