Pela primeira vez desde que chegou à Bélgica, há 80 dias, Carles Puigdemont decidiu viajar para a Dinamarca. O antigo presidente do governo da Catalunha ignorou as ameaças de prisão e deslocou-se a Copenhaga, onde vai dar uma conferência. O Ministério Público espanhol já pediu a reativação do mandado de captura internacional contra Puigdemont.
Fontes da Procuradoria-Geral espanhola, citadas por El País e La Vanguardia, referem que a medida foi pedida apenas para a Dinamarca, onde o antigo presidente catalão chegou esta madrugada. À chegada ao aeroporto, Carles Puidgemont não quis fazer declarações, mas recorreu à rede social Twitter para anunciar a chegada.
Arribat a #København. A les 14h participo al debat "Catalonia and Europe at a crossroads for democracy" a la @uni_copenhaguen. Ho podreu seguir en directe a https://t.co/eHsgSGp5r4 pic.twitter.com/AdQ8I0dgsI
— Carles Puigdemont 🎗 (@KRLS) 22 de janeiro de 2018
Carles Puigdemont, que se encontra em Bruxelas desde o final de 2017, viajou para a Dinamarca num voo que aterrou em Copenhaga às 8h20 (7h20 em Lisboa).
Trata-se da primeira vez que o ex-presidente da região autónoma da Catalunha se desloca a um outro país desde que se encontra na Bélgica para onde fugiu no final de 2017.
A Procuradoria espanhola já tinha avisado que se Puigdemont saísse de Bruxelas, iria avançar com uma ordem internacional imediata de detenção.
A porta-voz do grupo parlamentar do “Juntos Pela Catalunha” também já tinha confirmado no final da semana passada que a viagem de Puigdemont à Dinamarca estava prevista para esta segunda-feira, dia em que o antigo presidente da Catalunha vai participar num debate na Universidade de Copenhaga sob o tema: “A Catalunha e a Europa na encruzilhada da democracia?”.
O diário espanhol El Mundo avança também que está previsto que Puigdemont se encontre com vários deputados dinamarqueses no Parlamento. O anúncio desse encontro foi feito por um dos promotores da reunião, Magni Arge, que é membro de uma formação independentista do território autónomo das Ilhas Faroé.
Contudo, os membros das três forças dinamarquesas que fazem parte da coligação governamental que lidera o país já disseram que não estarão presentes na reunião para não se envolverem no assunto ou dar a impressão errada de que simpatizam com os separatistas catalães.
Torrent propôs Puigdemont como candidato único
Juan Ignacio Zoido, o ministro espanhol da Administração Interna, também já avisou que Carles Puigdemont "fugiu da justiça espanhola" e que, por isso, "não terá imunidade".
Entretanto, o novo presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, propôs Carles Puigdemont como único candidato à presidência do Governo da Catalunha.
.@rogertorrent: "He consultat els grups parlamentaris i certifico que l’únic candidat proposat ha estat el senyor Carles Puigdemont i el proposaré com a candidat a la presidència de la Generalitat" #Parlament pic.twitter.com/iqr0ysaziI
— Esquerra Republicana (@Esquerra_ERC) 22 de janeiro de 2018
Roger Torrent anunciou também que enviou uma carta a Mariano Rajoy para "sentar-se e dialogar sobre a situação que o Parlamento da Catalunha está a enfrentar, e onde alguns deputados vêem os seus direitos políticos de representação violados".