Puigdemont viajou para a Dinamarca ignorando risco de prisão

por RTP
Carles Puigdemont, que se encontra em Bruxelas desde o final de 2017, viajou para a Dinamarca num voo que aterrou em Copenhaga às 8h20 (7h20 em Lisboa) Tariq Mikkel Khan - Reuters

Pela primeira vez desde que chegou à Bélgica, há 80 dias, Carles Puigdemont decidiu viajar para a Dinamarca. O antigo presidente do governo da Catalunha ignorou as ameaças de prisão e deslocou-se a Copenhaga, onde vai dar uma conferência. O Ministério Público espanhol já pediu a reativação do mandado de captura internacional contra Puigdemont.

O Ministério Público espanhol pediu ao Supremo para reativar o mandado de captura europeu contra o antigo presidente catalão. A Procuradoria-Geral de Espanha invocou o artigo que determina que "quando é conhecido o paradeiro de um cidadão procurado, a autoridade judicial espanhola pode comunicar diretamente à autoridade judicial competente a execução da ordem europeia de detenção e entrega".

Fontes da Procuradoria-Geral espanhola, citadas por El País e La Vanguardia, referem que a medida foi pedida apenas para a Dinamarca, onde o antigo presidente catalão chegou esta madrugada. À chegada ao aeroporto, Carles Puidgemont não quis fazer declarações, mas recorreu à rede social Twitter para anunciar a chegada.


Carles Puigdemont, que se encontra em Bruxelas desde o final de 2017, viajou para a Dinamarca num voo que aterrou em Copenhaga às 8h20 (7h20 em Lisboa).

Trata-se da primeira vez que o ex-presidente da região autónoma da Catalunha se desloca a um outro país desde que se encontra na Bélgica para onde fugiu no final de 2017.

A Procuradoria espanhola já tinha avisado que se Puigdemont saísse de Bruxelas, iria avançar com uma ordem internacional imediata de detenção.

A porta-voz do grupo parlamentar do “Juntos Pela Catalunha” também já tinha confirmado no final da semana passada que a viagem de Puigdemont à Dinamarca estava prevista para esta segunda-feira, dia em que o antigo presidente da Catalunha vai participar num debate na Universidade de Copenhaga sob o tema: “A Catalunha e a Europa na encruzilhada da democracia?”.

O diário espanhol El Mundo avança também que está previsto que Puigdemont se encontre com vários deputados dinamarqueses no Parlamento. O anúncio desse encontro foi feito por um dos promotores da reunião, Magni Arge, que é membro de uma formação independentista do território autónomo das Ilhas Faroé.

Contudo, os membros das três forças dinamarquesas que fazem parte da coligação governamental que lidera o país já disseram que não estarão presentes na reunião para não se envolverem no assunto ou dar a impressão errada de que simpatizam com os separatistas catalães.
Torrent propôs Puigdemont como candidato único
Juan Ignacio Zoido, o ministro espanhol da Administração Interna, também já avisou que Carles Puigdemont "fugiu da justiça espanhola" e que, por isso, "não terá imunidade".

Entretanto, o novo presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, propôs Carles Puigdemont como único candidato à presidência do Governo da Catalunha.


Roger Torrent anunciou também que enviou uma carta a Mariano Rajoy para "sentar-se e dialogar sobre a situação que o Parlamento da Catalunha está a enfrentar, e onde alguns deputados vêem os seus direitos políticos de representação violados".


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