Quem recebe 80% de apoio não precisa de armas e violência

por Lusa
Tatyana Zenkovich - EPA

A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, declarou hoje que "quem recebe 80% do apoio" não precisa de "usar armas letais e força bruta", referindo-se ao Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

"Alguém que recebe 80% do apoio não precisa usar armas letais e força bruta para estar nos corações e mentes das pessoas", disse Svetlana Tikhanovskaya, num evento realizado no campus Natolin do Colégio da Europa, que tem a sua sede em Bruges (Bélgica), e transmitido online no portal da instituição.

A política bielorrussa insistiu que "alguém que tivesse recebido 80% dos votos seria calorosamente recebido pela maioria da população e celebraria publicamente a sua vitória".

A líder da oposição no exílio referiu que a "Bielorrússia democrática" gostaria de "manter relações amigáveis com todos os vizinhos e parceiros internacionais" e que a cooperação com a União Europeia (UE) se basearia nos "valores partilhados do estado de direito e da democracia e respeito pela dignidade humana e igualdade".

"A Bielorrússia precisa diversificar a sua política externa para aumentar a sua autonomia estratégica e independência", disse a líder da oposição, referindo que "as políticas de hoje não respaldam a melhoria do país", mas sim "protegem os interesses de uma pessoa para preservar o poder por todos os meios".

Svetlana Tikhanovskaya convidou os alunos do campus Natolin, "que prepara futuros líderes europeus", a lançarem iniciativas para trabalharem por uma Bielorrússia democrática.

"Vocês podem tornar-se um caminho para a história", afirmou.

A oposição bielorrussa, representada pelo "conselho de coordenação" e incluindo Tikhanovskaya, é um dos candidatos favoritos ao Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu 2020, que será decidido na próxima quinta-feira.

A líder da oposição, que é considerada a legítima vencedora das eleições, deu na semana passada um ultimato ao Presidente Lukashenko até o próximo dia 25 de outubro para deixar o poder, libertar todos os presos políticos e acabar com a repressão policial.

Os protestos antigovernamentais na Bielorrússia acontecem desde 09 de agosto, data da eleição presidencial que a oposição denunciou como fraudulenta e na qual o Presidente Alexander Lukashenko foi reeleito, de acordo com dados oficiais com 80,1% dos votos.

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