Uma declaração conjunta russa, iraniana e de outras forças pró-Assad afirmou que o bombardeamento norte-americano da passada sexta feira pisou a "linha vermelha" e que, em caso de repetição, irá deparar com uma resposta militar.
A responsabilidade pela declaração é a de um comando conjunto das forças russas e iranianas na Síria, bem como das milícias que apoiam o regime do presidente Bashar al-Assad, nomeadamente o Hezbollah. As milícias curdas do YPG têm combatido o "Estado Islâmico", mas de momento não é conhecida uma tomada de posição da sua parte sobre a declaração.
A questão que se coloca na interpretação destas palavras invulgarmente duras é sobre a sua função, que poderá ser essencialmente retórica, sem implicações práticas notórias, ou, pelo contrário, poderá constituir o anúncio de uma política de confrontação em patamar mais elevado.
Coincide com a divulgação deste documento conjunto a divulgação de declarações da almirante norte-americana Michelle Howard, chefe do comando conjunto da NATO para a Europa e a África, sedeado em Nápoles.
Em declarações à Reuters, Howard inclina-se claramente para a ideia de que não estamos apenas perante uma escalada verbal e constata: "Estamos a assistir a uma actividade que nem sequer vimos nos tempos da União Soviética".
Como exemplos, a almirante refere a presença do porta-aviões russo "Almirante Kuznetsov" no Mediterrâneo, a intensificação de patrulhas navais russas no Atlântico Norte e no Ártico e da presença de submarinos russos tanto no Mar Negro como fora das respectivas águas territoriais. A isto acrescenta a responsável militar norte-americana os exemplos recentes de ciberataques russos e de voos tangenciais realizados por pilotos russos, pondo em risco navios da norte-americanos.
Numa avaliação global, Howard refere que, embora a Armada russa tenha agora uma tonelagem e uma capacidade inferiores às do tempo da URSS, a sua actividade é mais dinâmica. E manifesta o receio de que a diversificação dessa actividade acabe por fragmentar a atenção da NATO