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Rússia quer reunião urgente do Conselho de Segurança sobre Ghouta Oriental

por Lusa
Bassam Khabieh - Reuters

Nações Unidas, 21 fev (Lusa) -- A Rússia propôs hoje a realização na quinta-feira de uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para analisar a situação no enclave rebelde de Ghouta Oriental, nos arredores da capital síria, Damasco.

Tal reunião permitiria a todas as partes "apresentar a respetiva visão, a respetiva interpretação da situação e propor as formas para sair da atual situação", declarou o embaixador russo junto das Nações Unidas, Vassily Nebenzia, durante uma reunião do Conselho do Segurança realizada hoje.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou hoje que desde domingo passado 296 pessoas, das quais 71 crianças e 42 mulheres, foram mortas e outras 1.400 ficaram feridas na sequência dos bombardeamentos e dos ataques de artilharia em Ghouta Oriental.

Os aviões do regime de Damasco bombardearam hoje, e pelo quarto dia consecutivo, a zona de Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, perto da capital.

A atual ofensiva das forças do regime sírio nesta zona já começou, no entanto, a 05 de fevereiro.

De acordo com dados avançados hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, as vítimas mortais em Ghouta Oriental desde esses primeiros dias de fevereiro são pelo menos 346.

Com cerca de 400 mil habitantes, o enclave rebelde está sitiado pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad desde 2013 e enfrenta uma grave crise humanitária, marcada pela escassez de alimentos e de medicamentos.

Em reação aos raides aéreos realizados pelas forças governamentais, os rebeldes de Ghouta Oriental têm disparado regularmente tiros de morteiro sobre Damasco.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos `jihadistas`, e várias frentes de combate.

Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 350 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

A reunião de hoje do Conselho de Segurança foi consagrada aos objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas (adotada em 1945) para a manutenção da paz e segurança internacionais e contou com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do seu antecessor, o sul-coreano Ban Ki-moon (entre janeiro de 2007 a dezembro de 2016).

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