O ministro do Interior continua a impedir o desembarque de migrantes do navio da ONG espanhola Open Arms, desafiando o primeiro-ministro e apesar de seis países europeus, incluindo Portugal, terem acordado receber os 134 migrantes que permanecem a bordo do navio, há já 15 dias.
Día 15.
— Open Arms (@openarms_fund) 16 de agosto de 2019
Vivimos a bordo una agonía insoportable.
6 evacuaciones de emergencia en estas 2 semanas de calvario.
Tierra a la vista y ninguna solución. Los derechos de 134 personas son vulnerados cada minuto que pasa.
Si la política europea incapaz de poner límites, ¿qué nos queda? pic.twitter.com/bnQ3By23jV
Esta quinta-feira, o primeiro-ministro Giuseppe Conte enviava uma missiva a Matteo Salvini, revelando haver um acordo de países europeus para acolher os migrantes. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Roménia e Luxemburgo disponibilizavam-se a receber os migrantes a bordo. Conte pedia cooperação a Salvini, mas a resposta negativa do ministro do Interior gerou críticas duras de “deslealdade” e de “obsessão” pelos “portos encerrados” por parte do primeiro-ministro.
A nova diretiva de Salvini para impedir o desembarque esbarrou na recusa por parte dos ministros dos Transportes e da ministra da Defesa, Elisabetta Trenta, que argumentou com uma questão de “humanidade”. Salvini contrapõe que foi graças a este conceito de humanidade que “durante anos dos governos PD, a Itália se tornou o campo de refugiados na Europa”, criticando, uma vez mais, as ONG’s ao serviço dos traficantes. Para Salvini, a sua “obsessão”, como acusou o primeiro-ministro, permitiu diminuir em 80 por cento os desembarques de migrantes em Itália.
🔴Il Ministro della DIFESA non ha firmato il divieto di sbarco.
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) 15 de agosto de 2019
Umanità non significa aiutare trafficanti e Ong. È grazie a questo presunto concetto di “umanità” che negli anni dei governi Pd l’Italia è diventata il campo profughi d’Europa.#OpenArms https://t.co/qsphXMNOyi
O impasse no caso do Open Arms espelha as fissuras na coligação de poder em Itália. A imigração tem, de acordo com analistas, o centro de uma estratégia de Salvini para retirar o seu partido Liga do Governo e assim arrastar o país para eleições, numa jogada para chegar depois ao poder como primeiro-ministro.