Os Estados Unidos avisaram a Rússia, este domingo, para não ajudar o Irão a escapar às sanções económicas impostas pela administração de Donald Trump ao país do Médio Oriente. As novas sanções entram em vigor a 4 de novembro, meses depois de os EUA terem anunciado a sua retirada do acordo nuclear com o Irão.
O acordo, que foi noticiado pela RTP, terá sido alcançado, o mês passado, durante um encontro diplomático, em Teerão, entre os dois presidentes – a que também esteve presente o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan. O acordo consiste na exportação de petróleo bruto iraniano para a Rússia, onde é refinado e depois vendido no mercado internacional.
“O Irão deve estar a forçar a ideia de a Rússia vender o seu petróleo no mercado mundial para evitar as sanções”, disse um funcionário do governo norte-americano ao Financial Times. “Eu aconselharia a Rússia a nem considerar essa hipótese. Seria do maior interesse para a Rússia não facilitar a evasão iraniana das sanções dos EUA”, avisou.
Os avisos norte-americanos estenderam-se a outros países. Numa entrevista à agência Reuters, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse que os restantes países importadores de petróleo iraniano teriam de reduzir a sua compra “em mais de 20 por cento”, numa primeira fase, superando a redução alcançada entre 2013 e 2015. Nessa altura, os EUA anunciaram as sanções económicas ao Irão, levantadas com o acordo nuclear alcançado em 2015, mas que a administração de Trump abandonou em setembro.
Mnuchin espera que depois desta primeira fase de reduções, os restantes países acabem, eventualmente, com as importações de petróleo iraniano. O Secretário do Tesouro acredita, ainda, que “haverá um impacto muito significativo na economia do Irão, à medida que as grandes empresas abandonarem o mercado iraniano por temerem as sanções”. O Irão permanece confiante que irá conseguir contrariar os efeitos das sanções norte-americanas.