São Tomé e Príncipe. PM eleito garante que não vai demitir funcionários públicos

por Lusa

O primeiro-ministro eleito de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, garantiu hoje que o seu Governo não vai demitir funcionários públicos e vai procurar uma gestão "mais apertada", cortando "despesas inúteis" do Orçamento do Estado.

Num país que depende em 95% da ajuda externa, Patrice Trovoada, que regressa ao poder depois de em 2018 ter perdido a maioria absoluta com que governara no mandato anterior, considera que há "muitas despesas inúteis", apontando o exemplo da despesa com aquisição e manutenção das viaturas do Estado.

Os seus ministros, adiantou, "não terão viaturas até que seja possível substituí-las por viaturas muito mais económicas", reconhecendo: "É uma medida forte que vamos ter de assumir".

O Governo que irá liderar pretende "lançar auditorias a vários setores públicos e instituições", adiantou.

"Estou convencido que o nosso país pode ter uma melhor gestão, mais apertada e que liberte recursos para os setores que precisam. [...] Iremos ver toda uma série de despesas, ver de que maneira de facto contribuem para o funcionamento do Estado. E eu estou convencido de que há onde podemos ainda reduzir algumas despesas", afirmou.

Questionado sobre se poderia haver cortes na função pública, rejeitou.

"Isso não, porque essas pessoas são chefes de família, são rendimentos para eles. Nós não iremos tocar nos funcionários públicos", garantiu.

Como exemplos de despesas que quer analisar é a fatura anual de dois milhões de euros em medicamentos no setor público hospitalar.

"Não é possível que neste país as populações fiquem com falta de medicamentos", comentou.

Outro exemplo é o custo das evacuações sanitárias da ilha do Príncipe para São Tomé, de cerca de 250 mil euros por ano, defendendo a necessidade de melhorar a assistência médica na região autónoma e "reduzir essa despesa, enquanto beneficia as populações do Príncipe".

Segundo dados conhecidos hoje no Tribunal Constitucional, após o apuramento geral da votação para as legislativas de dia 25 de setembro, a Ação Democrática Independente (ADI) venceu com maioria absoluta de 30 deputados, seguido do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), do atual primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, e que recebeu 25.287 votos, equivalentes a 18 deputados.

A terceira força política no parlamento são-tomense, com cinco eleitos, será a coligação Movimento de Cidadãos Independentes -- Partido Socialista / Partido de Unidade Nacional (MCIS-PS/PUN, mais conhecido como `movimento de Caué`, distrito no sul da ilha de São Tomé), após ter tido 4.995 votos.

Com mais votos, mas menos mandatos, foi o resultado do movimento Basta -- que absorveu o histórico Partido da Convergência Democrática (PCD) e acolheu ex-membros da ADI. O Basta, que tinha como um dos cabeças de lista o presidente do parlamento, Delfim Neves, avançou pela primeira vez para as urnas e obteve um total de 6.788 votos, elegendo dois deputados.

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