Schulz inicia conversações com Merkel na Alemanha

por Jorge Almeida - RTP
Axel Schmidt - Reuters

Depois de quatro meses de impasse, a CDU e o SPD sentam-se à mesa para formar um novo governo de coligação. Os dois principais partidos procuram consensos para assegurar a “coesão social” na Alemanha.

Os social-democratas de centro-esquerda (SPD) e a CDU de centro-direita iniciaram negociações formais que deverão estender-se até 12 de fevereiro.

Os dois principais partidos que estiveram juntos oito anos no poder, nos últimos 12, vão tentar superar as principais diferenças políticas e criar uma estrutura governativa.

No início de janeiro já tiveram lugar reuniões preparatórias depois de ter ficado afastada qualquer hipótese de aliança entre o partido de Angela Merkel, o FDP e os Verdes.
Coesão social e imigração no topo da agenda
A chancelar alemã pretende conquistar os eleitores que votaram nas eleições de setembro na AfD, o partido de extrema-direita, que foi a terceira força política mais votada com uma campanha contra a imigração.


O SPD apresenta uma política de imigração mais aberta, numa altura que se regista uma forte queda dos pedidos de asilo devido a um maior controlo das fronteiras nos países do leste da União Europeia e na Turquia.

Os dois partidos parecem estar de acordo em limitar os pedidos de asilo a 200 mil por ano e fixar em mil por mês, o número de imigrantes que se podem juntar a familiares na Alemanha.

Martin Schulz num comício do SPD em Bona. Foto: Wolfgang Rattay - Reuters

Os números oficiais indicam que em 2016 houve 280 mil requerentes de asilo, uma queda de 600 mil pedidos em relação a 2015. Tanto Schulz como Merkel querem assegurar a todo o custo a “coesão social” no país.

Caso as conversações não cheguem a bom porto, Angela Merkel já afirmou que prefere ir para novas eleições do que formar um governo minoritário com os Verdes.
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