"Se continuarmos como estamos, estamos condenados."

por RTP
Reuters

Em Madrid, o secretário-geral das Nações Unidas exortou as principais economias mundiais a assumirem compromissos mais ambiciosos para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. "Precisamos que os grandes emissores percebam que o seu papel é essencial, porque se os grandes emissores falharem, tudo falha", disse António Guterres em entrevista à Reuters.

"Se continuarmos como estamos, estamos condenados." O alerta do secretário-geral das Nações Unidas é muito claro.

António Guterres está em Madrid onde decorre a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Apesar das palavras de Guterres, a verdade é que, para já, restam poucas esperanças de que os grandes países poluidores, como a China, Índia e Estados Unidos - que anunciou a retirada do Acordo de Paris de 2015 - avancem com iniciativas de peso sobre o combate às alterações climáticas.

Apesar disso, o secretário-geral das Nações Unidas tem ainda esperança que as conversações que estão a acontecer terminem com um sinal de que os governos estão dispostos a assumir compromissos mais ambiciosos em 2020.

As promessas atuais, apontam vários cientistas, estão longe do objetivo de estabilização do clima da Terra a tempo de se evitar um aumento catastrófico no nível do mar. Se nada for feito, são esperados danos graves à agricultura. Com o mundo a seguir o percurso atual, vão ainda verificar-se períodos longos de seca e inundações que vão gerar ondas de migração forçada em massa.

António Guterres instou os principais emissores a enviarem um sinal claro de ambição já para o próximo ano com o compromisso de gerarem zero emissões de carbono até 2050. Um ponto fundamental para que as temperaturas globais sejam mantidas dentro de níveis aceitáveis.

"A história não pode aceitar que minha geração vá trair os nossos filhos e netos", disse Guterres.

Em Madrid, Guterres elogiou as medidas da União Europeia sobre um novo "Acordo Verde Europeu" de transição para uma economia de baixo carbono. "É essencial que alguém comece", disse o secretário-geral da ONU. "Se a Europa fizer isso, acho que será uma contribuição muito importante para que outros considerem o mesmo tipo de compromisso. Se ninguém começa, não há hipóteses".

C/ Reuters
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