Secretário-geral da NATO manifesta incerteza sobre o futuro da aliança

por RTP
Jens Stoltenberg sublinha a importância da união em momentos como este que enfrentamos agora, de grande instabilidade Michele Tantussi - REUTERS

Jens Stoltenberg revela-se preocupado com o futuro da aliança atlântica e apela a que a Europa e América do Norte se mantenham unidas, mais do que nunca.

Num artigo publicado no The Guardian, escrito pelo próprio Jens Stoltenberg, o secretário-geral da NATO admite que a aliança não está tão forte como devia e as suas palavras são de encorajamento e de apelo às Nações Unidas.

Depois das várias tomadas de posição de Donald Trump que colocam os EUA contra os países aliados e de recentemente ter tecido críticas a Merkel relativamente à política migratória, Jens Stoltenberg manifesta a sua opinião, numa altura de alta tensão entre as potências ocidentais.

Começa por citar o primeiro secretário-geral da NATO, Hastings Ismay, dizendo que as suas palavras são “notavelmente prescientes”. Ismay já previa que fossem criadas "barreiras" e que os países teriam as suas "brigas".

O atual secretário-geral da NATO admite que de facto "existem diferenças notórias entre os EUA e os outros aliados" e que os desentendimentos existentes "não vão desaparecer da noite para o dia". No entanto, acredita que a quebra da aliança não irá necessariamente acontecer.

"Será precisa vontade política, imaginação e trabalho árduo. Mas acredito que podemos ter sucesso", escreve Jens Stoltenberg.
"Tenho esperança de que as nuvens de tempestade política irão desaparecer"
O secretário-geral da NATO relembra factos históricos que provam que a união entre os vários países é o mais correto. Acredita que, “juntos, a Europa e os Estados Unidos são mais fortes, seguros e prósperos".

Jens Stoltenberg sublinha a importância da união em momentos de grande instabilidade, como os que o mundo enfrenta neste momento.

"É – e sempre foi – do nosso interesse fundamental estarmos juntos na defesa. E isso aplica-se agora e sempre. Porque enfrentamos o ambiente de segurança mais imprevisível numa geração: terrorismo internacional, proliferação de armas de destruição massiva, ataques cibernéticos – e, é claro, uma Rússia que usou a força contra os seus vizinhos, que se tenta intrometer nos nosso assuntos domésticos, e que parece não ter escrúpulos em utilizar agente nervoso de uso militar nas nossas ruas", afirma Jens Stoltenberg.

Jens Stoltenberg termina o seu artigo da mesma maneira que começou, relembrando palavras de Hastings Ismay. "Desde que nos mantenhamos juntos, mesmo que a estrada pareça, de facto, difícil, sempre indicará a direção correta: paz e segurança para as nossas nações e para os nossos cerca de milhões de cidadãos", apela Jens Stoltenberg.
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