Segredos do lado oculto da Lua revelados por missão espacial chinesa

por RTP
A missão espacial faz ainda parte da ambição chinesa iniciada nos anos 70 Reuters

Considerada a primeira a conseguir pousar no outro lado da lua e a descobrir a presença da minerais olivina, a missão Chang`e-4 está a desvendar segredos lunares à medida que a investigação avança.

A 3 de janeiro de 2019, a sonda Chang`e-4 pousou na cratera Von Karman, onde implantou um rover chamado Yutu-2 com o intuito de explorara a Bacia do Polo-Sul Aitken, a mais velha e a maior cratera, situada no lado oculto da Lua.

Uma das descobertas levadas a cabo pelo Yutu-2 foi que a cratera se encontra repleta de depósitos soltos como rochas e poeiras pulverizadas, com uma espessura de 39 pés. Situação semelhante à constatada pelos astronautas da Apollo. Os sinais de rádio são emitidos a uma profundidade de 131 pés da superfície lunar, três vezes mais do que a anterior missão chinesa conseguiu explorar.


O veículo espacial encontra-se equipado com o Radar Penetrante Lunar, o que lhe dá as ferramentas necessárias para conseguir investigar.

"A superfície no local de pouso CE-4 é muito mais transparente para as ondas de rádio e essa observação qualitativa sugere um contexto geológico totalmente diferente para os dois locais de desembarque”, explicou Li Chunlai, professor de investigação e vice-diretor do Observatório nacional da china, da Academia de Ciências.

A abundância de depósitos na cratera relaciona-se com o facto de a lua ser frequentemente atingida por meteoritos e outros detritos. Quando isso acontece, ela envia esse material para outro lugar e com o passar do tempo, a superfície, onde está a cratera, torna-se a camada superior, deixando por baixo outras camadas de pedra.

"Estes dados mostram que o uso do radar de penetração lunar pode melhorar e muito a nossa compreensão da história do impacto lunar e do vulcanismo. Assim como dar uma nova luz à compreensão da evolução geológica do lado oposto da Lua", referiu Li.

As crateras que sofrem estes impactos são uma mais-valia para os investigadores, pois é através delas que podem aprender mais sobre a Lua e todo o seu processo de formação.

A origem da formação lunar tem sido tema de debate junto da comunidade científica, neste sentido a investigação chinesa pretende levar a um maior conhecimento acerca da evolução da Lua e comprovar se existe ou não um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.

Ainda este ano, a china pretende enviar mais uma sonda, a Chang`e-5, com o objetivo de regressar à terra com as amostras recolhidas na Lua.

A missão espacial faz ainda parte da ambição chinesa iniciada nos anos 70.
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