Al Sharpton, ministro da igreja baptista que tinha a seu cargo pronunciar o sermão nas exéquias de George Floyd, traçou um quadro dramático de quatro séculos de discriminação racial nos EUA, realçando o simbolismo de que se revestiu o assassínio de George Floyd e concluiu com uma intimação aos supremacistas brancos: "Tirem o joelho do nosso pescoço".
No seu emotivo discurso, sempre dirigindo-se aos racistas, o reverendo Al Sharpton lembrou que o afroamericano Michael Jordan se tornou o maior jogador de basquetebol de todos os tempos, e no entanto, "vocês armam confusão, por serem incapazes de tirar o joelho do nosso pescoço".
Lembrou também que "donas de casa brancas vão a correr para casa para ver na televisão uma mulher negra chamada Oprah Winfrey. Não queiram meter-se com ela, mas vocês não conseguem mesmo tirar o joelho do nosso pescoço".
Depois, aludindo à eleição de Obama para a presidência, disse: "Um homem originário de uma família monoparental educa-se a si próprio e chega a presidente dos Estados Unidos e vocês pedem-lhe a certidão de nascimento, porque não conseguem tirar o joelho do nosso pescoço".
"George Floyd's story has been the story of black folks," says Rev. Al Sharpton during his eulogy.
— CNN (@CNN) June 4, 2020
"The reason we could never be who we wanted and dreamed of being is you kept your knee on our neck... Like George, we couldn't breathe... You wouldn't take your knee off our neck." pic.twitter.com/Vk4cozPwxZ
Depois de ter dado diversos exemplos de preconceito racial, Sharpton prosseguiu, dirigindo-se sempre aos supremacistas brancos: "Há uma diferença entre paz e silêncio. Vocês não querem paz, vocês só querem silêncio".
E daí passou a apresentar um programa de mobilização popular: "Nós vamos organizar-nos nos próximos meses. Vamos ter à cabeça a Família Floyd. Vamos ter à cabeça a família Garner [do negro também asfixiado por um polícia em 2014]. Depois, aludindo à grande manifestação de 1963 pelos direitos cívicos, acrescentou: "Temos de voltar a Washington na senda de Lincoln e dizer-lhes: 'É tempo de acabarmos com isto'".