Síria: ataque aéreo russo atinge hospital e mata civis no sul

por Lusa

Beirute, 24 jun (Lusa) - Um hospital foi hoje atingido e cinco civis morreram durante um ataque aéreo em território rebelde no sul da Síria, numa altura em que as forças de Damasco planeiam uma ofensiva terrestre, indicou uma organização não-governamental (ONG).

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) atribuiu os `raids` aéreos na província de Deraa à aviação militar russa, aliada indefetível do regime de Damasco.

Altamente estratégica, o sul da Síria continua sob domínio das forças rebeldes, designadamente na província de Deraa.

Junto à fronteira com a Jordânia e do planalto dos Montes Golã - onde uma larga faixa foi anexada por Israel - a zona foi objeto em julho de 2017 de um cessar-fogo negociado por Moscovo, Washington e Amã.

"Cinco civis foram mortos nos ataques aéreos dos aviões russos" contra diversas localidades a este de Deraa, precisou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.

A ONG, que dispõe de um vasto conjunto de fontes de informação na Síria, determinou que os ataques foram feitos pela aviação russa a partir do modelo de avião utilizado e das munições usadas no ataque.

Na localidade de al-Herak, os `raides´ russos atingiram o hospital local, que ficou temporariamente fora de serviço devido aos estragos causados, indicou Abdel Rahmane.

Os rebeldes replicaram com tiros de artilharia dirigidos para a região controlada pelo regime no poder, tendo uma jovem sido morta na localidade de Soueida, indicou a agência noticiosa oficial SANA.

Segundo a OSDH, o bombardeamento aéreo russo no sábado em Derra foi o primeiro desde a trégua instalada em julho de 2017.

De acordo com as Nações Unidas, as operações militares do regime de Damasco colocam em perigo de vida 750 mil civis.

Entretanto, um comandante rebelde revelou que os Estados Unidos avisaram os insurgentes sírios que não intervirão para os ajudar caso ocorra uma ofensiva do regime de Bashar al-Assad no sul da Síria.

Graças ao apoio militar russo, iraniano e do Hezbollah libanês, o regime sírio recuperou progressivamente o controlo de 60% do país, segundo a OSDH.

O conflito na Síria já provocou mais de 350 mil mortos e deixou desalojadas milhões de pessoas.

FC // JPS

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