Socialistas espanhóis em sintonia com Governo sobre ministros catalães detidos e exilados

por Lusa

Madrid, 20 mai (Lusa) - O secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) vai apoiar o Governo de Madrid em excluir do governo regional da Catalunha ministros que estejam detidos ou exilados.

Em entrevista ao jornal espanhol La Razón, Pedro Sánchez critica a decisão do novo presidente da Generalitat (governo regional catalão) de incorporar no seu executivo dois ex-conselheiros em prisão preventiva, Jordi Turull e Josep Rull, e outros dois exilados na Bélgica, Antoni Comín e Lluís Puig.

Quim Torra, o líder regional catalão, já publicou a nomeação do novo executivo da Catalunha, mas o decreto pode ser bloqueado por Madrid, que mantém a tutela sobre a região.

"Para além de uma provocação, que é, também é um ato de degradação da instituição da Generalitat perpetrado pelo seu próprio presidente", considera o líder socialista.

Quim Torra, o líder regional catalão, "engana-se ao acreditar que o principal destinatário do seu desprezo é o Estado, pois são todos os cidadãos da Catalunha", sublinha Sánchez, considerando que a vontade de diálogo do novo presidente da Generalitat é "nula".

O líder dos socialistas apelou ainda a um pacto político, que transcenda os partidos, em torno da aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola.

Quim Torra tomou posse como chefe do governo catalão na quinta-feira, em Barcelona, sem jurar respeitar a Constituição espanhola, mas apenas "a vontade do povo catalão", numa cerimónia à qual não assistiu qualquer representante do Governo central espanhol.

Este editor de 55 anos, recém-chegado à política, considera-se um "presidente em exercício", enquanto se espera o regresso daquele que Torra designa como "o presidente legítimo no exílio", Carles Puigdemont.

O novo presidente foi indicado por Carles Puigdemont, que fugiu para a Alemanha e aguarda uma decisão sobre o mandado europeu de detenção emitido pela justiça espanhola, que pede a sua extradição, para o julgar.

A nomeação de Torra pôs fim ao impasse político, que durou quase cinco meses, resultante das eleições regionais de 21 de dezembro, nas quais os partidos independentistas voltaram a ter uma maioria no parlamento da Catalunha.

No discurso que fez na segunda-feira, quando foi confirmado pelo parlamento catalão, Quim Torra voltou a sublinhar que Carles Puigdemont é o presidente "legítimo" do governo regional da Catalunha e prometeu ser "leal ao mandato" para "construir um Estado independente em forma de República".

Torra, um editor de 55 anos, entrou na política em dezembro passado quando foi eleito deputado regional na lista "Juntos pela Catalunha", formada por Carles Puigdemont.

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