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Sociólogo são-tomense diz que presidente do parlamento pode "desequilibrar o jogo político"

por Lusa
Nuno Veiga - Lusa

O sociólogo são-tomense Olívio Diogo considerou que o presidente da Assembleia Nacional e terceiro classificado nas eleições presidenciais de São Tomé e Príncipe tem capacidade para "desequilibrar o jogo político", podendo ser garante de maioria absoluta.

"Quem acompanha a vida política em São Tomé e Príncipe, percebe que se pode falar em dois polos, mas não. Não são dois polos porque há sempre este terceiro elemento que é Delfim Neves", afirmou o analista, em declarações à Lusa, no rescaldo das eleições presidenciais de 05 de setembro.

O presidente do parlamento são-tomense, Delfim Neves, ficou em terceiro lugar na primeira volta das presidenciais, realizadas em 18 de julho, com 14.941 votos, resultados de que reclamou, afirmando ter ocorrido uma "fraude maciça".

Quando falta um ano para a data prevista para as próximas legislativas, Olívio Diogo vê Delfim Neves e a formação a que pertence, Partido da Convergência Democrática (PCD), como um possível "fiel da balança".

Nas eleições legislativas de 2018, a tendência de polarização da cena política são-tomense acentuou-se: a Ação Democrática Independente (ADI), do então primeiro-ministro Patrice Trovoada, foi o partido mais votado, com 25 dos 55 lugares que compõem a Assembleia Nacional.

O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) conquistou 25 mandatos, mas fez um acordo pós-eleitoral com o PCD e a coligação UDD/MDFM, que tinham obtido cinco lugares, garantindo assim uma maioria que impediu Patrice Trovoada de formar Governo e que suporta desde então o executivo de Jorge Bom Jesus, líder do MLSTP.

"O PCD sempre esteve disponível para apoiar tanto a ala do ADI como a do MLSTP" a garantir uma maioria absoluta, comentou Olívio Diogo, acrescentando: "Mesmo que o PCD tenha um resultado muito mau, como alguns dizem que vai ter, terá sempre aquele número de deputados essencial para o jogo do xadrez político".

Mas, Olívio Diogo salientou ainda o peso dos que votaram em Delfim Neves nas presidenciais.

Nas eleições legislativas de 2018, a coligação PCD/UDD/MDMF conquistou 7.451 votos, menos de metade dos votos que teve a candidatura presidencial de Delfim Neves (14.941).

Já nas presidenciais de 2011, recordou o analista, Delfim Neves apresentou-se na corrida um mês antes das eleições e também aí ficou em terceiro lugar.

"Delfim Neves, o que fizer daqui para a frente, vai desequilibrar o jogo político em São Tomé e Príncipe", assegurou.

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