Sri Lanka. Decretado o recolher obrigatório após oito atentados

por RTP
Dinuka Liyanawatte, Reuters

Além do recolher obrigatório, o Governo do Sri Lanka decretou hoje um bloqueio temporário às redes sociais, para impedir a difusão do que classifica como "informações incorrectas". O número de vítimas mortais vai em 207, incluindo um português.

O bloqueio temporário às redes sociais destina-se, segundo o Governo cingalês, a impedir a difusão "de informações incorretas" relacionadas com a vaga de explosões que aconteceram na ilha e que provocaram, até agora, 207 mortos.

"O Governo decidiu bloquear todas as plataformas de redes sociais para evitar a disseminação de informações incorretas e falsas. Essa é apenas uma medida temporária", afirmou a presidência em comunicado.

As primeiras quatro explosões ocorreram em três hotéis de luxo e numa igreja, onde muitos fiéis celebravam o domingo de Páscoa. A polícia informou entretanto sobre a ocorrência de um oitavo atentado na capital.

As primeiras explosões ocorreram "quase em simultâneo", pelas 08h45 (03h15 em Portugal), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais.

O ministro para as Reformas Económicas e Distribuição Pública do país, Harsha de Silva, citado pela agência Lusa, apelou a que a população permanecesse calma e em casa. Confirmou, por outro lado, a existência de "muitas vítimas, incluindo estrangeiros". Foi entretanto referido o número de 35 mortos estrangeiros.

Um português entre as vítimas mortais

Há uma vítima mortal portuguesa, segundo a cônsul portuguesa Preenie Pine, citada pela agência Lusa.

O secretário de Estado das Comunidades lamentou hoje a morte de um cidadão português nas explosões ocorridas no Sri Lanka, avançando estarem em curso tentativas de contacto com os portugueses que se encontram no país, embora não haja conhecimento de mais vítimas.

Em declarações telefónicas à Lusa, José Luis Carneiro, disse já ter falado com a esposa do português que faleceu hoje no Sri Lanka, a quem transmitiu uma mensagem de condolências e deixou os contactos para prestar "o apoio devido e indispensável nesta altura".

"Tivemos conhecimento [da existência destes portugueses] porque foi a sua família que contatou o gabinete de emergência consular", disse José Luis Carneiro, adiantando que o gabinete teve ainda o contato de outros familiares dando conta de que tinha também lá uma família de quatro elementos, mas "felizmente esses encontram-se bem".


De acordo com o secretário de Estado das Comunidades, existem 10 portugueses com residência inscrita na embaixada de Portugal em Nova Deli, e até agora os únicos contatos que o gabinete de emergência teve foi das duas famílias cujos familiares estavam em turismo na ilha.

"Para já não temos quaisquer informações que suscitem preocupação. O que ocorre nestes casos é o contato das famílias com o gabinete de emergência consular. Estamos a fazer uma despistagem para procurar contatar as famílias que estão inscritas no serviço consular de Nova Deli", disse.

José Luis Carneiro frisou ainda que, "para já, não há indícios de outros portuguese vítimas destes acontecimentos tao horríveis e lamentáveis".

O episódio mais sangrento desde o fim da guerra civil

Segundo a agência Reuters, citando um director hospitalar e a polícia, as bombas mataram mais de uma centena de pessoas e feriram mais de 400. Das vítimas mortais, mais de meia centena foram atingidas na igreja de S. Sebatião, em Katuwapitiya, a norte da capital.

Alguns meios de comunicação referem também um ataque a uma outra igreja, em Batticaloa, numa província oriental, com um saldo de 25 mortos.

Os três hoteis de luxo atingidos foram o Shangri-La Colombo, o KingsburyHotel e o Cinnamon Grand Colombo. Não foi anunciado se havia vítimas, ou quantas, nesses três locais.

Trata-se de um ataque de grande dimensão, como já não se via desde o final da guerra civil, que até há 10 anos atrás opôs forças governamentais e separatistas tamiles. Não existe ainda qualquer reivindicação dos atentados

(C/ agências)

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