Vinte e nove pessoas, incluindo quatro profissionais de saúde, morreram devido a um surto de Ébola no centro do Uganda, anunciado há duas semanas pelas autoridades de saúde desse país. O número foi avançado pela Organização Mundial de Saúde esta quarta-feira.
"No entanto, estão em desenvolvimento várias vacinas contra esse vírus, duas das quais podem ser usadas em ensaios clínicos no Uganda já nas próximas semanas, estando apenas a aguardar autorizações regulatórias e éticas do Governo desse país", adiantou.
Até ao momento, foram detetados 63 casos suspeitos e confirmados, entre os quais se encontram 29 vítimas mortais. Ghebreyesus confirmou entretanto que “dez profissionais de saúde foram infetados e quatro morreram”.
A ministra da Saúde do Uganda, Jane Ruth Ocero, anunciou no Twitter a morte, na madrugada desta quarta-feira, de uma médica anestesista de 58 anos, "após batalhar contra a doença durante 17 dias".
I regret to announce the passing of another Health worker, Ms. Nabisubi Margaret, an anesthetic officer. The 58 year old succumbed to Ebola at 4.33am this morning at Fort Portal Hospital (JMedic) after battling the disease for 17 days.
— Dr. Jane Ruth Aceng Ocero (@JaneRuth_Aceng) October 5, 2022
“Quando há um atraso na deteção de um surto de Ébola, é normal que os casos aumentem constantemente no início e depois diminuam à medida que são implementadas intervenções e as medidas de controlo da epidemia”, explicou Ocero.
A doença causada pelo vírus Ébola é transmitida aos humanos por animais infetados e é muitas vezes fatal, apesar de atualmente existirem vacinas e tratamentos contra a febre hemorrágica que provoca.
A Organização Mundial da Saúde já desbloqueou dois milhões de dólares do seu fundo para situações de emergência e está a trabalhar com parceiros para ajudar as autoridades do Uganda a fortalecerem a resposta ao surto, enviando especialistas e equipamentos médicos para o país africano.
Os primeiros casos deste surto de Ébola foram registados no distrito de Mubende, centro do Uganda, e espalharam-se depois para os distritos vizinhos de Kassanda, Kyegegwa e Kagadi.
O presidente Yoweri Museveni descartou na semana passada a hipótese de um confinamento, garantindo que o país tem capacidade para conter o surto.