Suspeitos da morte de dois polícias na Alemanha estavam a caçar clandestinamente

por Lusa

Os dois homens detidos pelo assassínio de dois polícias numa estrada rural na Alemanha alegadamente dispararam com armas de caça depois de terem sido apanhados com animais selvagens na sua carrinha, disseram hoje os investigadores.

Os ataques fatais à polícia são raros na Alemanha e os homicídios de segunda-feira perto de Kusel, no oeste do país, chocaram a sociedade civil alemã.

Uma oficial de 24 anos, que ainda frequentava a academia policial, e um colega masculino, de 29 anos, foram mortos com tiros na cabeça.

Os dois presumíveis homicidas foram detidos na tarde de segunda-feira em Sulzbach, a cerca de 37 quilómetros do local do crime.

Hoje, um juiz ordenou que fossem mantidos sob custódia por suspeita de homicídio, com uma possível acusação pendente, segundo indicou o procurador Stefan Orthen, numa conferência de imprensa em Kaiserslautern.

Por volta das 04:20 de segunda-feira, os dois agentes comunicaram por rádio que tinham encontrado "pessoas duvidosas" na sua patrulha e que "toda a sua mala [da carrinha] estava cheia de animais selvagens", disse o agente da polícia Heiner Schmolzi.

Os dois agentes no local pediram reforços e, pouco depois, transmitiram por rádio: "Venham depressa, estão a disparar".

Os reforços que chegaram cerca de 10 minutos depois encontraram um agente morto e outro gravemente ferido, mas também a carta de condução do principal suspeito e um cartão de identificação.

O homem de 38 anos foi encontrado e detido horas mais tarde, tal como o outro suspeito, de 32 anos, e a carrinha com a mala cheia de animais mortos.

Os investigadores acreditam que os suspeitos utilizaram pelo menos duas armas - uma caçadeira e uma espingarda de caça - e que ambos dispararam contra os agentes da polícia, segundo Orthen, quando surpreendidos com o produto da caça furtiva.

A situação financeira dos suspeitos era aparentemente "tudo menos ordenada" e a sua posição social era "bastante frágil", prosseguiu Orthen.

Os investigadores reconheceram que vão ter de explorar melhor o motivo, mas disseram não ter qualquer indicação de motivação política, estando ainda a investigar se os suspeitos tinham licença de porte de armas de fogo.

Nenhum dos suspeitos tem cadastro, segundo os funcionários. No entanto, um deles era conhecido das autoridades por suspeita de caça furtiva e fuga do local de um acidente, e o outro por suspeita de fraude.

Enquanto o suspeito de 38 anos não deu qualquer informação, o de 32 anos disse aos investigadores que a dupla estava a caçar e deu conta de uma operação stop e dos tiros, mas negou ter disparado qualquer bala, acrescentou Orthen.

O crime causou grande consternação na Alemanha e mereceu a condenação de todo o espetro parlamentar, tanto da coligação de Olaf Scholz como dos principais partidos da oposição.

A ministra do Interior, Nancy Faeser, definiu a morte dos polícias como uma "execução".

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