Tailândia investiga fuga de 20 uigures de centro de detenção de migrantes

por Lusa

Banguecoque, 21 nov (Lusa) -- As autoridades da Tailândia estão a investigar a fuga de 20 requerentes de asilo da minoria muçulmana uigure de um centro de detenção de migrantes no sul do país, informaram hoje fontes policiais.

Nattapakin Kwanchaiyapreuk, do Departamento de Imigração, disse que os requerentes de asilo fugiram na madrugada de segunda-feira do centro localizado na província de Songkhla, na fronteira com a Malásia, através de buracos, de cerca de 60 centímetros de diâmetro, que fizeram nas paredes.

Os requerentes de asilo encontravam-se detidos desde 2015.

Não foram repatriados por não terem conseguido comprovar legalmente a nacionalidade, explicou o coronel Nattapakin Kwanchaiyapreuk.

As autoridades tailandesas contactaram a polícia malaia, já que acreditam que os fugitivos, que utilizaram mantas para saltar os muros de três metros e as cercas protegidas com arame farpado, cruzaram a fronteira.

Outros cinco foram descobertos pela polícia antes de conseguirem escapar.

Os refugiados fazem parte de um grupo de 350 uigures que foram detidos em 2015 na Tailândia, dos quais 180 foram enviados para a Turquia e outros 109 para a China.

Cerca de 60 uigures continuam em vários centros de detenção de migrantes na Tailândia à espera que a nacionalidade seja comprovada.

Os detidos recusam ser repatriados para a China por medo de represálias.

Os uigures, de religião muçulmana e cultura turcófona, da região de Xinjiang, converteram-se nos últimos anos num foco de tensão entre estes e a maioria han, a principal etnia da China, e as autoridades chinesas.

Enquanto Pequim acusa grupos islâmicos e independentistas uigures de serem responsáveis por atos violentos, alguns porta-vozes daquela minoria no exílio denunciam a discriminação e repressão política e religiosa que a comunidade sofre por parte das autoridades.

Grupos uigures no exílio negam a existência de núcleos terroristas na região, como o Movimento do Turquestão Oriental (ETIM, na sigla em inglês), ao qual o governo chinês geralmente atribui a autoria de atentados ocorridos tanto em Xinjiang como no resto do país.

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