Tensão agudiza-se na fronteira entre a Turquia e a Síria

por Mário Aleixo - RTP
O conflito entre a Turquia e a Síria mantém-se a ferro e fogo Reuters

Cinco dias depois parece não haver fim no confronto na zona fronteiriça entre a Turquia e a Síria. Este domingo, a Síria confirmou o envio de tropas para o norte do país para enfrentar a ofensiva turca.

De acordo com fontes oficiais, o exército prepara-se para entrar em cidades controladas pelos curdos que estão a ser atacadas pelas forças turcas, desde quarta-feira, dias depois de os Estados Unidos terem anunciado a retirada das suas tropas da região.

As unidades do exército sírio estão a caminho do norte, depois de negociações entre a administração semi-autónoma curda e o governo de Bashar al-Assad, mediadas pelo Governo russo, como conta o jornalista Joaquim Reis.

Este domingo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos dava conta da morte de 26 civis na sequência de bombardeamentos das forças turcas.

O observatório relatou também o ataque a um comboio de viaturas onde seguiam civis e jornalistas.

Os combates pelo controlo das cidades de fronteira continuam, com avanços e recuos, reivindicados pelos dois lados.

A agência de notícias turca avança que desde o início da ofensiva, há cinco dias, morreram 440 combatentes curdos das forças democráticas da Síria.

Também domingo a Turquia reivindicou o controlo de uma importante autoestrada, no nordeste da Síria.

Esta autoestrada é uma das mais importantes vias de comunicação no norte da Síria e dá acesso direto a várias cidades controladas pelas milícias curdas.

Num comunicado, publicado no twitter, o ministro turco da Defesa revela ainda que o exército controla todo o perímetro entre os 30 e os 35 kms da fronteira.
França pede tréguas
A França volta a pedir à Turquia o fim imediato da ofensiva iniciada há cinco dias.

Emanuel Macron esteve, na tarde de domingo, ao telefone com Erdogan e com Trump. Ao lado da chanceler alemã Angela Merkle fez saber que os dois países exigem o fim das operações militares.

Para Macron a ofensiva está a criar uma nova crise humanitária e a ajudar o estado islâmico a reorganizar-se.

Na última noite a agência Reuters escreveu que a França disse que vai tomar medidas de forma a garantir a segurança de todos os civis e militares franceses que se encontram nestas zonas, conforme informação do gabinete do presidente francês num comunicado divulgado após uma reunião urgente do gabinete de defesa.

Erdogan já veio desmentir que tenham escapado 700 jihadistas dos campos de detenção, depois dos bombardeamentos, como avançaram os curdos.
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