Carros e contentores a arder, pedras arremessadas, confrontos entre polícia e manifestantes, violência generalizada. Foi a terceira noite em que a Catalunha, sobretudo Barcelona, é palco de manifestações violentas. O mais recente balanço aponta para mais de 50 feridos e 20 detidos esta noite.
Ao início da noite de quarta-feira o presidente em funções do governo de Madrid, Pedro Sánchez, pediu ao governo regional e aos líderes políticos catalães para condenarem a violência. Garantiu que Espanha irá atuar com "firmeza, unidade e proporcionalidade" perante os protestos. "Não consentiremos que a violência se imponha à ordem", enfatizou Sánchez.
O político disse também que a resposta à violência nas manifestações irá ser proporcional ao que fizerem os responsáveis políticos catalães.
Só mais tarde, já depois da meia noite é que Quim Torra, o presidente do Governo regional da Catalunha, veio a público dizer que a violência nas manifestações tem de parar imediatamente. "Condenámos e condenaremos sempre a violência. Não podemos permitir os incidentes que vimos nas ruas", argumentou, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas.
Violência que, considera o presidente, é da responsabilidade de um grupo de infiltrados.
“O movimento independentista não é nem nunca foi violento. Não podemos permitir que grupos infiltrados e provocadores destruam a imagem do independentismo”, reforçou.
Quim Torra disse que o protesto tem de ser sempre pacífico e faz um apelo à calma e à serenidade.
Esta noite, em Barcelona, e noutras cidades, muitos milhares de pessoas voltaram à rua para protestarem. Inicialmente um protesto pacífico, que voltou a caminhar para a violência.
Os protestos na Catalunha recomeçaram na segunda-feira após a condenação de vários líderes independentistas a pesadas penas de prisão, entre os 9 e os 13 anos.
Para sexta-feira está convocada uma greve geral.