Testemunhas acusam oposição de mortes em manifestações após eleições no Zimbabué

por Lusa

Harare, 16 out (Lusa) - Uma comissão de inquérito começou hoje a investigar a morte de seis pessoas na violência registada em manifestações pós-eleitorais no Zimbabué, em agosto, ouvindo testemunhas que responsabilizam a oposição pelos incidentes.

O Presidente Emmerson Mnangagwa nomeou uma comissão de sete membros, liderada pelo ex-Presidente sul-africano Kgalema Motlanthe, para investigar as mortes de seis mortas quando o exército abriu fogo durante as manifestações, em Harare, acusando a Comissão Eleitoral de atrasar a divulgação dos resultados das eleições gerais de 30 de julho.

"Pedimos a todas as testemunhas e pessoas com informações que ajudem no trabalho da Comissão", disse Motlanthe, acrescentando que a Comissão "investigará se o grau de força utilizado foi adequado".

Observadores da União Europeia (UE) denunciaram anteriormente "a trágica morte", ocorrida em agosto, em Harare, de seis manifestantes, "como resultado do uso excessivo da força pelas forças de segurança".

"Detenções de opositores, ataques da polícia a escritórios da oposição e confisco de computadores logo após as eleições também deveriam enfraquecer" a oposição, disse a UE.

As eleições realizadas sob a era Robert Mugabe, no poder há 37 anos, foram regularmente marcadas por fraude e violência.

O seu sucessor e ex-vice-Presidente, Emmerson Mnangagwa, havia prometido eleições livres e transparentes.

Mnangawa convidou observadores ocidentais pela primeira vez em 16 anos, incluindo a UE e a Commonwealth, para as eleições gerais de 30 de julho.

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