20 anos de Timor-Leste livre. Prioridade de Ramos-Horta é travar a pobreza e a fome

por RTP
José Ramos-Horta tomará posse a 19 de maio Lírio da Fonseca - Reuters

José Ramos-Horta assume na próxima sexta-feira a Presidência de Timor-Leste, no contexto das comemorações dos 20 anos da restauração da independência deste país. As cerimónias contam com delegações de dezenas de países. Portugal, Austrália e Guiné-Bissau marcam presença ao mais alto nível.

O presidente eleito de Timor-Leste elege como "prioridade absoluta" a implementação urgente de medidas contra a subnutrição dos segmentos mais vulneráveis da população e para impedir que os pobres "fiquem mais pobres".

"Tenho ideias concretas do que é necessário mobilizar. Para mim, a prioridade absoluta é evitar que, face a esta crise mundial, resultado da guerra da Ucrânia e da pandemia, os timorenses pobres fiquem mais pobres ainda e que venham a passar fome", apontou José Ramos-Horta, em declarações à agência Lusa.

"É inaceitável que, com as condições que Timor-Leste tem, condições financeiras, haja alguém a morrer de forme em Timor. Essa é a primeira preocupação para mim", acrescentou.

Ramos-Horta defende um eventual programa com o apoio da Unicef, dotado de dez milhões de dólares - o equivalente a 9,6 milhões de euros - anuais, tendo em vista "eliminar a subnutrição infantil extrema", desde logo privilegiando mães em gestação e crianças até aos dois anos de idade.

Este programa seria reforçado por uma iniciativa para a abertura de escolas pré-primárias "com condições para eliminar a subnutrição e o mau aproveitamento escolar em todo o país".
As delegações
Marcelo Rebelo de Sousa chega à capital timorense na manhã da próxima quinta-feira.
A bordo do avião da euroAtlântico que levará o presidente da República a Díli vão também viajar o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e a vice-presidente da Assembleia da República, Edite Estrela.

O governador-geral australiano, David Hurley, chega a Díli no mesmo dia, assim como o ministro coordenador indonésio de Assuntos Políticos e Jurídicos e de Seguranç, Mahfud MD. Confirmada está igualmente a visita do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam. O programa oficial tem início com um jantar a 19 de maio, presidido pelo chefe de Estado cessante, Francisco Guterres Lú-Olo, antes da investidura de Ramos-Horta, em Tasi Tolu. A 20 de maio realizam-se as cerimónias oficiais no Palácio Presidencial, às quais se seguirá uma sessão plenária do Parlamento.

Em representação do primeiro-ministro de Singapura, deverá viajar para Díli o ministro dos Negócios Estrangeiros Vivian Balakrishnan. O ministro neozelandês do Desarmamento e Controlo de Armas, Phil Twyford, é também aguardado em solo timorense.

O presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, a ministra cabo-verdiana da Presidência do Conselho de Ministros, o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o ministro na Casa Civil da Presidência da República de Moçambique figuram também entre os convidados.

Em Díli estarão ainda representantes dos governos do Brasil, Anbola e Japão.

O ministro do Planeamento e Desenvolvimento Económico da Serra Leoa, Francis Mustapha Kai-Kai, estará em Timor-Leste na qualidade de responsável do G7+, que agrega países com conflitos em curso ou historial de conflitos.

Já esta terça-feira chegaram a Díli delegações de embaixadas acreditadas na Indonésia e em Timor-Leste, entre as quais do Reino Unido.

c/ Lusa

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