Um atirador abriu fogo na escola secundária Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, Florida, a norte de Miami. As autoridades falam em "vários mortos". Pelo menos 17, referiram vários órgãos de comunicação social cinco horas depois do incidente.
A polícia referiu que se tratava de um "antigo estudante", como já tinha admitido o superintendente das escolas de Broward County, Robert Runcie.
O xerife Israel confirmou que o suspeito, identificado como Nikolas Cruz, de cerca de 18 anos, se rendeu calmamente às autoridades mas não forneceu mais detalhes.
"Houve uma altura em que ele frequentou a escola", disse. "Não sei porque saiu, não sei quando saiu", acrescentou. "É catastrófico. Não há realmente palavras", referiu, visivelmente abalado.
A meio da tarde, o senador da Florida, Bill Nelson, disse à Fox News que há "muitos mortos", citando conversas com o superintendente Robert Runcie, o FBI e o sub-xerife.
"Há muitas fatalidades. É uma situação horrenda", disse igualmente Runcie aos jornalistas. O responsável sublinhou que o distrito escolar não foi alertado para a possibilidade de um atirador potencial e que não há provas de que o incidente desta tarde tenha envolvido mais de um atirador.
Em conferência de imprensa quatro horas depois do incidente, o xerife Israel confirmou que 14 vítimas foram encaminhadas para o Hospital Broward Health North e o Centro Médico Broward Health.
A polícia táctica ainda estava a vasculhar o recinto escolar à procura de mais vítimas, referiu na conferência de imprensa.
Imagens em direto das várias televisões mostraram vários corpos no chão e dezenas de estudantes a correr para fora das instalações ou a saírem em pequenos grupos e em fila, mais ordeiramente, com as mãos na cabeça ou acima desta.
A televisão local Fox-10 mostrou cinco pessoas a serem assistidas no local por paramédicos.
Trump informado
A polícia pediu de início aos estudantes e professores para se manterem barricados na escola até chegarem as forças de segurança. Pediu igualmente para outras pessoas evitarem a área e desviou o trânsito.
O FBI anunciou que estava no local também a investigar e a prestar assistência à polícia de Coral Springs e Broward County.
Um tweet do gabinete do xerife dava conta da ocorrência e da resposta das autoridades, pouco antes das três da tarde locais.
"Hoje, perto da hora de encerramento da Escola Secundária Marjory Stoneman Douglas, estudantes e funcionários ouviram o que pareciam ser disparos. A escola encerrou de imediato mas está agora a deixar sair os alunos. Estamos a receber relatórios de que há possivelmente várias vítimas. As forças de segurança estão no local".Today, close to Marjory Stoneman Douglas High School’s dismissal, students and staff heard what sounded like gunfire. The school immediately went on lockdown but is now dismissing students. We are receiving reports of possible multiple injuries. Law enforcement is on site.
— Broward Schools (@browardschools) 14 de fevereiro de 2018
Dezenas de veículos das forças de segurança e de socorro responderam ao alerta.
A Casa Branca disse que o Presidente Donald Trump tinha sido informado e estava a acompanhar o evoluir da situação.
"O Presidente foi posto ao corrente do tiroteio na escola da Florida", afirmou a vide-secretária de imprensa Lindsay Walters.
"Estamos a acompanhar a situação. Os nossos pensamentos e orações estão com todos os afetados", acrescentou.
"Pensava que era um simulacro de incêndio"
O tiroteio desta quarta-feira foi o mais recente de uma série de ataques em escolas norte-americanas. Em janeiro, um rapaz de 15 anos matou a tiro dois estudantes em Benton, no Kentucky.
Nicole Baltzer, de 18 anos, disse à reporter da CNN, Sara Ganim, que estava numa aula de trignometria a cerca de dez minutos do fim das aulas, quando o alarme de incêndio começou a soar. À medida de os alunos começaram a sair, ela ouviu seis tiros e todas as pessoas à sua volta desataram a correr para dentro da escola.
"Ouvi tantos tiros, pelos menos seis. Eram muito próximos", afirmou Baltzer, entrevistada quando ainda dentro de uma sala de aulas no segundo andar da escola. A sua meia-irmã estava igualmente refugiada noutra sala de aulas.
"Começou tudo a passar-se", relatou um outro estudante à WSVN. "Pensamos todos que era um simulacro de incêndio porque tínhamos tido um antes durante o dia", disse.
"E pensámos que era, por isso ninguém estava muito nervoso, mas de repente começou a circular a notícia que se tratava de disparos e não outra coisa qualquer e toda a gente desatou a correr para o canal".
A polícia está ainda a apurar as razões do tiroteio.A cidade onde ocorreu é considerada uma das três mais seguras da Florida.