"Tolerância zero" em caso de exploração ilícita de jogo e branqueamento de capitais

por Lusa

O secretário para a Segurança de Macau afirmou hoje que a "tolerância será zero" no caso que envolveu "exploração ilícita do jogo" e criação de "um grupo criminoso de branqueamento de capitais".

Wong Sio Chak referia-se ao caso que levou à detenção do diretor executivo do grupo Suncity, Alvin Chau, "suspeito de criar um grupo criminoso de jogo transfronteiriço, organização ilegal de operações de jogo envolvendo cidadãos chineses em salas de jogo no exterior, das quais ele é concessionário, e de participar em atividades de jogo de rede transfronteiriça, envolvendo enormes quantias de capital, tendo prejudicado gravemente a ordem social do país", de acordo com as autoridades de Macau.

Durante a reunião plenária da Assembleia Legislativa para apresentação das Linhas de Ação Governativa para a área da Segurança para 2022, Wong Sio Chak adiantou que as autoridades da segurança vão estar atentas à evolução dos crimes do jogo, aperfeiçoar o mecanismo de destacamento e de rusgas nos casinos, e com inspeções surpresa responder aos eventuais crimes e incidentes nos estabelecimentos de jogo, de acordo com um comunicado.

O Suncity é o maior angariador do mundo de grandes apostadores e está presente em mais de 40% dos casinos de Macau.

O secretário para a Segurança disse que o Governo vai avaliar "os possíveis impactos que possam perturbar a segurança" local e reforçar a cooperação com outros serviços e regiões vizinhas.

Em 2019, no curso de uma investigação, a Policia Judiciária de Macau detetou a existência de um grupo criminoso a aproveitar as operações das salas VIP para criar redes de plataformas de jogo para angariar residentes do interior da China para jogo `online` ilícito.

Onze pessoas, incluindo o líder e os dez principais elementos do grupo, foram detidos na madrugada de sábado, depois de na sexta-feira, a procuradoria da cidade de Wenzhou, no leste da China, tinha pedido a Alvin Chau para se entregar às autoridades e cooperar com a investigação.

Segundo o comunicado emitido pela polícia local, Chau terá aliciado, no total, 80 mil apostadores do continente.

Chau desenvolveu uma rede de pessoal no interior da China, para organizar visitas a salas de jogo no exterior e participar em atividades de jogo `online` transfronteiriças, de acordo com a mesma nota das autoridades chinesas.

O residente de Macau é acusado de estabelecer uma empresa de gestão de ativos na China continental para facilitar a troca de ativos por fichas de jogo, de forma a contornar o restrito controlo de saída de capitais no continente e facilitar a cobrança de dívidas contraídas pelos clientes.

A mesma fonte apurou que Chau criou uma plataforma `online` de jogos de azar nas Filipinas e em outros locais, em 2016, visando facilitar o jogo transfronteiriço.

A polícia de Wenzhou apurou ainda a utilização de canais ilegais, como bancos clandestinos, no fornecimento de serviços de liquidação de fundos para apostadores.

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