Um total de 575 migrantes foram resgatados na costa oeste da Líbia, no mar Mediterrâneo, no espaço de uma semana, disse hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
"A guarda costeira da Líbia resgatou 443 migrantes entre 27 de outubro e 02 de novembro" e, "na manhã de terça-feira [hoje], outros 132 migrantes foram intercetados no Mediterrâneo e levados de volta para a base naval de Trípoli", detalhou a OIM, em comunicado hoje divulgado.
A organização não especificou a localização exata do naufrágio ou a nacionalidade dos migrantes resgatados.
Apesar da violência persistente na Líbia desde a queda do regime de Muammar Kadafi, em 2011, o país continua a ser um importante ponto de passagem para os migrantes que fogem da instabilidade de outras partes de África e do Médio Oriente para tentar a sorte na Europa.
As agências da ONU e as organizações não governamentais denunciam regularmente o reenvio para a Líbia de migrantes intercetados no mar, referindo que a situação caótica do país não permite considerar o destino como "um porto seguro".
As organizações humanitárias deploram, além disso, as condições deploráveis existentes nos centros de detenção onde são mantidos os migrantes.
Contrabandistas e traficantes aproveitam o caos que reina neste país mediterrânico, localizado a cerca de 300 quilómetros da costa italiana e hoje dividido entre duas potências rivais: o Governo de Unidade Nacional (GNA), reconhecido pela ONU e com sede em Trípoli, e as autoridades orientais aliadas ao marechal Khalifa Haftar. , que conta com o apoio de uma parte do parlamento eleito e do seu presidente.
Desde janeiro, cerca de 10.000 migrantes foram intercetados no mar e levados de volta à Líbia pela guarda costeira e, de acordo com a OIM, pelo menos 500 migrantes morreram este ano no Mediterrâneo central.
No entanto, a organização teme que o número de facto de vítimas seja muito maior.