Três mortos e mais de 400 detidos em protestos na Venezuela

por RTP
Reuters

A Venezuela foi esta semana palco de manifestações de proporções históricas protagonizadas por opositores e apoiantes de Nicolás Maduro. Na quarta-feira, dia do 207.º aniversário da “revolução” de 1810, que levou à independência do país, Caracas viveu horas de grande tensão. Os protestos culminaram em três mortes e mais de 400 pessoas detidas.

Ao todo realizaram-se 26 protestos promovidos pela oposição, com o objetivo formar uma grande marcha que se dirigiria à sede, em Caracas, da Defensoria del Pueblo, uma espécie de procuradoria popular.

A intenção dos opositores de Maduro foi a de realizar a "mãe de todas as marchas", em todos os 24 Estados do país. Em paralelo, o Governo anunciou uma "marcha histórica” para assinalar o 207.º aniversário da “revolução”.

Apesar de o Presidente venezuelano ter ordenado às Forças Armadas Bolivarianas que se dispersassem por todo o país, estas não foram capazes de evitar três mortes. Um jovem de 17 anos e uma mulher de 23, que apesar de não estarem a participar na manifestação foram alvejados. Já a terceira vítima, também alvejada, era membro da Guarda Nacional.

A Venezuela foi esta semana palco de grandes manifestações de opositores e apoiantes de Nicolás Maduro. Caracas viveu horas de grande tensão. Morreram três pessoas. Mais de 400 foram detidas.


O governador opositor e candidato presidencial por duas vezes, Henrique Capriles, referiu-se aos acontecimentos através da sua conta na rede social Twitter. “Aqui está a resposta de Maduro - matar venezuelanos”, escreveu.

O Ministério Público da Venezuela informou ainda que duas pessoas foram feridas nas manifestações em Caracas: uma mulher foi agredida com "um objeto contundente na cabeça" e um homem foi atingido a tiro.
"Está a aumentar o número de detidos"

Após o protesto violento contra o Governo de Nicolás Maduro em San Antonio de los Altos, no Estado de Miranda, mais de 400 pessoas foram detidas pelas autoridades venezuelanas.

“Está a aumentar o número de detidos que estamos a registar. São mais de 400 a nível nacional”, anunciou o diretor da organização não-governamental Foro Penal Venezuelano, Gonzalo Himiob, através da sua conta no Twitter.

Segundo o mesmo responsável, foram detidos manifestantes em Caracas e nos Estados de Nova Esparta, Táchira, Carabobo, Miranda, Anzoátegui, Bolívar, Arágua, Barinas, Cojedes, Monágas e Zúlia.

Em relação aos 350 mil portugueses que vivem na Venezuela, o Governo Português já fez saber que possui um plano de contingência para a comunidade, em caso de agravamento da situação no país.

Desde o início de abril que a Venezuela tem sido palco de diversos protestos violentos contra a polícia, que fizeram pelo menos seis mortos e centenas de feridos. No total, em quase três semanas de protestos contra o Governo, registaram-se pelo menos nove mortos, incluindo dois membros das forças de segurança, e quase mil detidos.
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