Nos últimos dois anos a RTP entrevistou três protagonistas com interesses particulares no conflito entre israelitas e palestinianos. Um deles, Miko Peled, é talvez o mais ambíguo destes personagens: sendo israelita é uma das vozes mais fortes da BDS (Boicote, Sanções e Desinvestimento), o mesmo movimento que no início dos anos 90 libertou Mandela. Mas há também Shahd Whadi, uma palestiniana refugiada que veio dar a Portugal, e Tamir Ginz, líder de um dos melhores grupos de dança contemporânea em Israel, um coreógrafo que diz nada ter a ver com política mas que não tem dúvidas em apresentar-se como um “judeu orgulhoso”.
Filha de refugiados palestinianos, Shahd Wadi nasceu no Egipto para entrar numa rota que a trouxe a Portugal. Jovem académica, integrou as listas do Bloco de Esquerda nas legislativas de 2015. Numa conversa contou-nos a sua ligação à Palestina, uma terra onde não lhe é fácil regressar.
Tamir Ginz é um coreógrafo premiado em Israel. Em Bersheeba fundou a Kamea Dance Company, de que é o atual diretor artístico e coreógrafo. Trouxe "Neverland" ao Festival de Almada, onde tinha à espera um protesto de ativistas pró-Palestina. O artista diz nada ter a ver com política, mas apresenta-se como um "judeu orgulhoso".
Miko Peled
É uma voz do movimento pró-Palestina que espalha a causa por todo o mundo. Nada de extraordinário no ativismo pró-Palestina, não fosse Miko Peled um israelita neto de um dos fundadores que assinou a Declaração de Independência do Estado de Israel. O seu pai, Mati Peled, foi um dos heróis da guerra de 1948, mais tarde general na guerra de 1967 - um oficial de elite que se tornou também ele num activista pela paz que defendia conversações com a OLP.
Na conversa que tivemos com ele, em 2015, Miko Peled dizia acreditar que o conflito israelo-palestiniano não duraria mais do que dez anos.
Shahd Wadi
Vem de uma família de refugiados palestinianos, nasceu no Egipto para entrar numa rota que a trouxe a Portugal. Jovem académica, investigadora e professora universitária, defendeu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra a tese “Feminismos dos corpos ocupados: As mulheres palestinianas entre duas resistências”. É também militante do Bloco de Esquerda e membro do Comité de Solidariedade com a Palestina. Nasceu no Egipto, cresceu na Jordânia.
Chegou a Portugal há uma década e diz que se vê palestiniana e portuguesa. Por altura das últimas eleições, no dia em que as Nações Unidas deram luz verde para que a bandeira palestiniana fosse hasteada na sede da organização em Nova Iorque, contou-nos a sua ligação a uma terra a que não lhe é fácil regressar.
Tamir Ginz
É um coreógrafo premiado em Israel. Em Bersheeba fundou a Kamea Dance Company, de que é o atual diretor artístico e coreógrafo. Trouxe "Neverland" ao Festival de Almada, onde tinha à espera um protesto de ativistas pró-Palestina. Diz nada ter a ver com a política, mas apresenta-se como um "judeu orgulhoso".
Antes da estreia perante o público português, encontrámo-nos com ele no palco grande da Escola D. António da Costa, onde fazia um dos últimos ensaios de "Neverland". Disse-nos que o seu ofício é a arte, mas não esconde o amor por Israel, não tendo problemas em defender pátria e exército contra vozes como a BDS, que diz instigar a violência.
É um coreógrafo premiado em Israel. Em Bersheeba fundou a Kamea Dance Company, de que é o atual diretor artístico e coreógrafo. Trouxe "Neverland" ao Festival de Almada, onde tinha à espera um protesto de ativistas pró-Palestina. Diz nada ter a ver com a política, mas apresenta-se como um "judeu orgulhoso".
Antes da estreia perante o público português, encontrámo-nos com ele no palco grande da Escola D. António da Costa, onde fazia um dos últimos ensaios de "Neverland". Disse-nos que o seu ofício é a arte, mas não esconde o amor por Israel, não tendo problemas em defender pátria e exército contra vozes como a BDS, que diz instigar a violência.