Tribunal da Turquia ordena libertação de ativista dos direitos humanos

por Lusa

Istambul, 15 ago (Lusa) -- Um tribunal de Istambul ordenou hoje a libertação do ex-presidente da Amnistia Internacional na Turquia Taner Kiliç, acusado de ligações ao terrorismo, anunciou a organização internacional de defesa dos direitos humanos.

O tribunal "ordenou a passagem hoje à liberdade condicional [...]. Esperamos que ele saia da prisão nas próximas horas", disse Andrew Gardner, especialista da organização a trabalhar em Istambul.

Kiliç, advogado, está na prisão há 14 meses, acusado de ligações ao movimento fundado por Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos, que a Turquia acusa de fomentar a tentativa de golpe de Estado de julho de 2016.

Após a decisão hoje tomada, Kiliç deverá ficar em liberdade condicional, mas continuará a ser julgado.

A Amnistia encara, contudo, com prudência esta nova decisão, uma vez que em janeiro um outro tribunal tinha tomado uma decisão semelhante que acabou por ser anulada por outro tribunal.

"Mantemo-nos prudentes, festejaremos depois de ele sair", disse Gardner.

A União Europeia criticou a detenção de Kiliç, um de muitos ativistas dos direitos humanos detidos na vaga de repressão que se seguiu ao golpe falhado.

A decisão hoje tomada ocorre um dia depois de um tribunal turco ter ordenado a libertação de dois militares gregos detidos desde março.

Analistas consideram que estes desenvolvimentos podem contribuir para melhorar as relações com a Europa e, consequentemente, facilitar a recuperação da lira turca, que sofreu uma forte desvalorização nos últimos dias devido à tensão diplomática entre a Turquia e os Estados Unidos.

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