Tribunal indiano condena a prisão perpétua político envolvido na morte de sikhs

por Lusa

Um tribunal indiano condenou a prisão perpétua um dirigente do histórico Partido do Congresso por instigar o assassínio de membros da minoria sikh durante a onda de violência contra esta comunidade após o homicídio de Indira Gandhi, em 1984.

O tribunal anulou uma decisão anterior, datada de 2013, e reconheceu a responsabilidade de Sajjan Kumar, pertencente à formação histórica da dinastia Nehru-Gandhi, no poder durante os massacres.

O réu "fez discursos (...) a instigar a violência contra sikhs", concluiu o tribunal, sublinhando, ao mesmo tempo, que os responsáveis políticos pelos crimes "têm desfrutado de proteção política e evitado serem acusados e punidos".

Kumar foi acusado por várias testemunhas de liderar uma multidão que matou cinco sikhs da mesma família na capital indiana, um ato pelo qual quatro outras pessoas foram condenadas à prisão perpétua em 2013.

O político foi absolvido, mas o Departamento Central de Investigação da Índia (CBI) apelou da decisão.

Kumar foi responsável pela Comissão de Desenvolvimento Rural de Deli em 2005 e foi forçado a renunciar quando a Comissão Nanavati, criada em 2000 para investigar os factos, concluiu pelo seu envolvimento nos assassínios.

A 03 de junho de 1984, a então primeira-ministra Indira Gandhi ordenou que fosse tomado o Templo Dourado de Amritsar, no estado de Punjab, invadido e fortificado por um grupo de separatistas desta religião.

Por se tratar de um dia de peregrinação, centenas de civis perderam a vida atingidos pelo fogo cruzado, e o ataque também terminou com a morte de cerca de 400 independentistas.

Em outubro daquele ano, Gandhi foi assassinada por dois de seus guarda-costas sikhs, provocando uma onda de violência em Deli, na qual morreram cerca de 2.800 pessoas.

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