Tribunal nega fiança a magnata Jimmy Lai acusado de fraude

por Lusa
O tribunal negou uma fiança ao magnata Jimmy Lai EPA

Um tribunal de Hong Kong negou a fiança ao magnata dos "media" Jimmy Lai e ativista pró-democracia, acusado de fraude, no momento em que se somam processos judiciais contra dissidentes e críticos de Pequim.

Lai, de 73 anos, é o dono do jornal Apple Daily, conhecido pelo empenho na luta no campo pró-democracia e pelas duras críticas ao executivo de Hong Kong, alinhado com Pequim.

O magnata e dois dos seus principais quadros dirigentes, Royston Chow e Wong Wai-keung, foram presentes a um juiz, acusados de fraude.

Ao contrário do que sucedeu com Lai, o magistrado permitiu que os outros dois dirigentes saíssem em liberdade, mediante pagamento de fiança. O juiz justificou a decisão de não permitir a fiança a Lai por entender que existe o risco de fuga e podia reincidir no crime.


A apreciação do caso em tribunal foi adiada para 16 de abril.

Argumentos do tribunal

De acordo com documentos do tribunal, o caso refere-se ao facto de a sede do jornal estar alegadamente a ser utilizada para fins não previstos no contrato de arrendamento do edifício.

Centenas de polícias realizaram buscas no edifício em agosto, inclusive na redação do Apple Daily.

Vários responsáveis do grupo de "media" Next Digital, incluindo Lai, foram detidos por suspeita de "conluio com forças estrangeiras", ao abrigo da nova lei de segurança nacional imposta por Pequim na região semi-autónoma chinesa no final de junho.

Lai saiu em liberdade, sob fiança, mas em outubro, após novas buscas, voltou a ser detido. O magnata está também a ser alvo de um processo pelo papel assumido nos protestos de 2019, num caso separado.

Na quarta-feira, três figuras importantes do movimento pró-democracia, incluindo Joshua Wong, foram condenadas a penas de prisão pelo seu envolvimento nos protestos de 2019.
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