Tropas turcas ocupam aldeias no noroeste da Síria

por Jorge Almeida - RTP
A ofensiva apoiada pelo FSA, o Exército Livre Síria, é contra a milícia turca YPG Osman Orsal - Reuters

A ofensiva do exército turco apoiado pelas forças rebeldes sírias começou na última quinta-feira no noroeste da Síria. O alvo abater é a milícia curda YPG, considerada um grupo terrorista por Ancara.

As forças militares turcas ocuparam várias aldeias na região de Afrin, ao fim de três dias de combates.

A ofensiva apoiada pelo FSA, o Exército Livre Síria, é contra a milícia turca YPG, que controla grande parte do território do noroeste da Síria e é vista como uma extensão do partido PKK, que luta há 30 anos pela autonomia curda.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), com sede no Reino Unido, o YPG conseguiu repelir os ataques em duas aldeias. O número de baixas civis cifrava-se em 18 pessoas durante o fim de semana.
Síria condena incursão turca
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, condenou a incursão militar, afirmando que “a brutal agressão turca em Afrin é parte da política de Ancara de apoio ao terrorismo na Síria”.

Os seus aliados, a Rússia, o Irão e o Egipto condenaram igualmente os ataques.

Enquanto o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu esmagar o YPG "muito rapidamente", o primeiro-ministro, Binali Yildirim, diz que o objetivo é criar “uma zona segura” de 30 quilómetros da fronteira para o interior da Síria.

Protestos em Istambul contra a ofensiva turca. Foto: Umit Bektas - Reuters

Durante o fim de semana, rockets curdos atingiram as cidades fronteiriças turcas de Kilis e Reyhanli, provocando um número indeterminado de baixas.
EUA e França pedem fim da ofensiva
No complicado xadrez político e militar da região, os Estados Unidos apoiam as Forças Democráticas da Síria (SDF), que são controladas pelo YPG, para juntos evitar o regresso do Estado Islâmico.

O secretário norte-americano da Defesa, Jim Mattis, disse domingo aos jornalistas: “Vamos resolver o assunto”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas marcou uma reunião de emergência para esta segunda-feira.
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