O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitará falar com o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, "assim que a democracia for restaurada" no país, anunciou na sexta-feira a Casa Branca.
"Hoje [sexta-feira], Nicolás Maduro pediu uma ligação telefónica com o Presidente Trump", indicou a Casa Branca, ao referir que o Presidente dos Estados Unidos "falará, com muito gosto, com o líder da Venezuela assim que a democracia no país for restabelecida".
"Trump pediu a Maduro respeito pela Constituição, eleições livres e justas, a libertação dos presos políticos e o fim das violações aos direitos humanos" e "Maduro, pelo contrário, escolheu o caminho ditatorial", sublinha Washington, num comunicado, no qual salienta que os Estados Unidos "estão com o povo da Venezuela contra a contínua opressão do regime de Maduro".
O Presidente da Venezuela manifestou, na quinta-feira, num discurso em Caracas, o desejo "conversar" com Donald Trump, instruindo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros a dar os passos necessários com vista à realização de um diálogo com o seu homólogo americano, a ter lugar por telefone ou pessoalmente, em Nova Iorque, por ocasião da Assembleia-Geral da ONU, marcada para 20 de setembro.
Opção militar
O comunicado da Casa Branca surge no mesmo dia em que Donald Trump levantou pela primeira vez a possibilidade de uma eventual intervenção militar na Venezuela.
"Temos várias opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se necessário", disse, sem facultar mais detalhes.
"Temos tropas em todo o mundo, em lugares muito, muito distantes. A Venezuela não está muito longe e há gente a sofrer e a morrer", argumentou o Presidente norte-americano.
Venezuela responde: ameaça é “ato de loucura”
Vladimir Padrino, ministro da Defesa da Venezuela, classificou a ameaça do Presidente norte-americano como um “ato de loucura”.
“É um ato de supremo extremism. É uma elite extremista que comanda os Estados Unidos”, considerou o ministro na televisão pública.
O ministro das Comunicações considerou que as declarações de Trump representam uma “ameaça à soberania sem precedentes”.
Espera-se para este sábado a publicação de um comunicado oficial dos serviços diplomáticos da Venezuela sobre as ameaças vindas dos EUA.
c/Lusa